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06/Nov/2024

Brasil precisa comunicar as boas práticas agrícolas

Segundo o Rabobank, para o agronegócio brasileiro, tão importante quanto o setor intensificar seus esforços sustentáveis é reafirmar ao mercado externo as boas práticas que os produtores brasileiros já adotam. O Brasil tem algumas das iniciativas de produção agrícola sustentável mais bem-sucedidas do mundo, mas nem sempre a mensagem sobre essas iniciativas chega aos potenciais compradores dos produtos brasileiros no exterior. Especializado na oferta de crédito para o agro, o banco holandês tem em sua lista de clientes algumas das mais importantes multinacionais do setor.

São empresas que, em escala global, participam ativamente das discussões sobre as práticas sustentáveis e a preservação do meio ambiente do agro brasileiro, mas também sobre os problemas que muitos importadores associam, ora com alguma razão, ora de forma distorcida ou mesmo injusta, à agropecuária nacional. Assim, as manifestações dessa clientela acabam funcionando como um termômetro do que se fala sobre o agro brasileiro nos fóruns internacionais. Hoje, o mundo está falando sobre agricultura regenerativa, e, no Brasil, 60% dos produtores já trabalham com esse tipo de cultivo. Esse número é impressionante. São histórias que precisam ser levadas para fora do Brasil.

Uma comissão do Rabobank conheceu a produção de cana-de-açúcar e etanol no interior de São Paulo. Responsável por monitorar o trabalho do conselho de administração do Rabobank, o comitê de supervisão avalia, por exemplo, se o banco está cumprindo suas diretrizes sustentáveis na oferta de crédito. A visita desse grupo aos canaviais brasileiros mostra como o didatismo pode ser mais efetivo na defesa dos interesses do agro brasileiro do que bravatas raivosas nos fóruns internacionais: alguns dos integrantes do comitê estavam no Brasil pela primeira vez.

Estabelecer diretrizes exige, em alguns casos, a mensuração dos efeitos do desmatamento sobre a agricultura. Nos últimos meses, o Rabobank tem trabalhado para identificar os impactos da atividade agrícola sobre a oferta e disponibilidade de água no Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), em Belém (PA), será uma grande oportunidade para o Brasil reiterar seus avanços na produção agrícola sustentável. O Brasil não pode fazer da COP30 a ‘COP do Desmatamento’.

O comitê de supervisores do Rabobank fez elogios a iniciativas de uso racional da água, à penetração de novas tecnologias no campo e mencionou até mesmo o fato de jovens na casa dos 20 anos, que a comitiva conheceu na visita, falarem, com entusiasmo, sobre seu desejo de trabalhar na produção agrícola no futuro. Na Europa, são pessoas de mais de 50 anos que compõem o perfil padrão da atividade. O mundo não entende as coisas boas que o País está fazendo. É preciso ir além da discussão sobre desmatamento ilegal. O Brasil não está comunicando da maneira correta, e isso tem consequências. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.