07/Nov/2024
Para o Commerzbank, o segundo governo Trump deverá elevar tarifas sobre produtos chineses, possivelmente em 60% ou até mais. Isso é com certeza uma notícia ruim para a China e pode levar a uma guerra comercial global. Uma eventual tarifação de 60% reduziria fortemente as exportações da China para os Estados Unidos. Assim, o governo chinês provavelmente desviaria parte de seu comércio para outros mercados asiáticos. Além disso, a China deverá retaliar eventuais tarifas comerciais dos Estados Unidos com medidas equivalentes, como fez durante o primeiro mandato de Donald Trump. Para a Fitch Solutions, a imposição de tarifa de 60% sobre a importação de produtos da China pelos Estados Unidos, uma das promessas de campanha Donald Trump, pode afetar em cheio o Produto Interno Bruto (PIB) da segunda maior economia do mundo a partir de 2025. A redução do crescimento chinês com a medida pode ficar entre 0,5% e 0,8% nos próximos dois anos.
Além disso, tarifas adicionais de 10% a 20% no comércio norte-americano podem afetar outros exportadores, como México e Canadá. No caso da China, há um impacto negativo indireto nos parceiros comerciais mais fortes, que seriam prejudicados por uma menor demanda chinesa por importações. São principalmente países asiáticos, como Vietnã (12% das exportações) Taiwan (15%), Singapura (14%) e Malásia (9%). Mas, há outras economias ao redor do mundo que vendem muito para a economia chinesa, como o Brasil e outros países da América Latina. A China é o principal destino das vendas externas brasileiras, respondendo este ano por 30% das exportações. O Brasil exportou US$ 28,44 bilhões só em produtos agrícolas para a China no primeiro semestre de 2024. A visão dos analistas da Fitch Solutions é que Trump pode adotar uma abordagem mais pragmáticas para as políticas domésticas, mas não para a externa, onde deve apertar o cerco à imigração e no comércio.
Internamente, deve aumentar o gasto público, incluindo com defesa, o que pode pressionar a inflação e fazer o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) cortar os juros de forma menos intensa em 2025. A Fitch esperava que os juros nos Estados Unidos fossem cair para 3,5% ao final do ano que vem, mas agora reduziu essa previsão para 3%. Para o PIB, manteve a estimativa de expansão em 1,9%. Já o déficit fiscal seria maior e por isso a previsão para 2025 foi revisada para cima, de 6,8% do PIB para 7%. Para o dólar, a tendência é de um novo período de força, pressionando divisas de emergentes e de mercados desenvolvidos. A Fitch alerta ainda para o risco de mais tensão geopolítica, seja por conta das disputas entre Estados Unidos e China ou em outros locais, como no Oriente Médio e na Ucrânia. Na Ucrânia, Trump pode pressionar para um cessar-fogo que seja mais favorável à Rússia. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.