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08/Nov/2024

Brasil: desmatamento recua na Amazônia e Cerrado

Pela primeira vez desde 2019, o Brasil registrou queda no desmatamento do Cerrado. Segundo dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), foram desmatados de agosto de 2023 a julho de 2024 8.174 Km² no bioma, uma queda de 25,7% em relação ao relatado em 2023, quando o desmate foi de 11.002 Km² no período. Além do Cerrado, o desmatamento na Amazônia caiu 30,6% em relação a 2023, chegando ao menor patamar registrado em nove anos. De agosto de 2023 a julho de 2024 foi desmatada uma área de 6.288 Km², ante 9.064 Km² no período anterior. A taxa oficial confirma a tendência de queda no desmatamento da Amazônia. No ano passado, foi registrada uma queda de 21,8% em relação a 2022. O desmatamento do Cerrado incomodava o governo Lula, que desde o primeiro ano de mandato já registrava queda de desmate na Amazônia, mas ainda não tinha obtido resultados positivos no Cerrado.

Na última divulgação do Prodes, o Cerrado vivia um cenário de estabilidade em relação ao desmatamento, com um aumento de 3% na área desmatada em relação a 2022, porcentual dentro da margem de erro. Apesar disso, em 2023, a área desmatada bateu recorde. O governo assinou na quarta-feira (06/11), o Pacto para a Prevenção e Controle do Desmatamento e de Incêndios no Cerrado dos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia (Matopiba). A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou que a queda do desmatamento no Cerrado, que para muitos parecia impossível, é fruto desse trabalho integrado que começa a ganhar força. A região chamada de Matopiba é considerada por especialistas como crítica, pela combinação de alta aptidão agrícola, expansão de infraestrutura, desafios na fiscalização, pressões econômicas e questões de governança. Na Amazônia, apesar das quedas, a seca histórica na região e outros fatores têm colocado a floresta em risco.

De janeiro a novembro, foram registrados 123.361 focos de incêndio no bioma, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O número representa um aumento de cerca de 48% no número de queimadas em comparação com o mesmo período de 2023 (83.356). Na próxima semana, o Brasil participa da Cúpula do Clima da Organização das Nações Unidas (COP29) em Baku, no Azerbaijão. Os dados sobre desmatamento são um trunfo importante do País na intenção de mostrar ao mundo a disposição de atuar no combate às mudanças climáticas. A queda do desmatamento, segundo o governo, rendeu a redução de emissões da ordem de 400,8 milhões de toneladas de gases do efeito estufa. O que deixou de ser emitido nesse período é toda a emissão da Argentina. É uma conquista importante, afirmou o vice-presidente, Geraldo Alckmin. O Brasil vai levar para a COP essas conquistas que não são só do País, ajudam planetariamente e são exemplos, mostram que é possível descarbonizar e segurar as mudanças climáticas, gerando emprego, gerando renda. Neste ano, o principal tema discutido na conferência é o financiamento climático.

A expectativa é de que os países entrem em um acordo sobre o valor a ser pago aos países em desenvolvimento para que possam implementar ações que minimizem o aquecimento global. O governo brasileiro considera fundamental que o tema seja resolvido neste ano para que não se arraste até a COP30, que será realizada em Belém, no Pará, em 2025. Inicialmente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participaria do anúncio dos dados do desmatamento, mas foi substituído pelo vice-presidente. Alckmin, Marina Silva e outros ministros participaram de uma reunião com Lula sobre as metas do País para limitar gases do efeito estufa, a chamada Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC). As NDCs foram estabelecidas pelo Acordo de Paris, em 2015, e serão revistas na COP30. Há, porém, uma expectativa de que o governo apresente sua NDC já na COP29, em Baku, na próxima semana. Até o momento, no entanto, o governo não ‘bateu o martelo’ sobre as novas metas. O Ministério do Meio Ambiente apresentou três modelos de NDC que levam em consideração três cenários distintos: um conservador, um meio-termo e outro mais ousado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.