11/Nov/2024

Segundo o Rabobank, a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos pode favorecer a exportação de soja brasileira, especialmente em caso de conflito comercial entre o país norte-americano e a China, mas deixa outros setores do agronegócio em alerta, especialmente a cafeicultura. Um segundo conflito comercial entre Estados Unidos e China poderia reduzir as exportações norte-americanas e consequentemente recompor os estoques norte-americanos. Esse cenário afetaria os preços de commodities na Bolsa de Chicago, favorecendo as exportações de soja brasileira, visto que o País poderia se beneficiar de uma maior demanda chinesa em meio a um cenário de menor oferta norte-americana.

Para o café, é improvável a imposição de tarifas sobre o produto brasileiro, dada a importância da commodity na economia norte-americana. Os Estados Unidos são o maior consumidor global de café e não são um país produtor. No entanto, caso Trump decida por taxar as importações, isso poderia trazer impactos negativos ao setor cafeeiro no Brasil, pois os Estados Unidos são o principal comprador de café brasileiro, responsável por 16% das exportações totais do produto. Para os insumos agrícolas, eventuais tarifas sobre insumos afetariam os custos de produção dos agricultores norte-americanos e poderiam mudar a dinâmica de importação e exportação do setor. Num primeiro momento, haveria um aumento nos custos de produção para os produtores norte-americanos.

Além disso, tal política poderia incentivar os Estados Unidos a priorizarem o mercado interno, abrindo novas oportunidades para exportadores em outros países que não enfrentariam tarifas. Sobre o setor de laticínios, o comércio entre Estados Unidos e México é o mais vulnerável. Qualquer alteração na política de importação entre os dois países pode afetar o preço do leite internacional, dada a relevância do México como importador de lácteos norte-americanos. A expectativa, porém, é que o comércio dentro do Nafta seja mantido, aliviando pressões sobre o mercado internacional de laticínios. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.