12/Nov/2024
Segundo o Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás (IBP), a proposta das empresas de óleo e gás no Brasil para o processo de transição energética do setor está sendo desenvolvida e será apresentada no ano que vem, durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30). Na última COP, em Dubai, foi definido que os países têm de apresentar ideias e estratégias do ‘transitional way’ (ou seja, da transição dos combustíveis fósseis para renováveis). O setor é um “elefante branco na sala”. O investimento em energias renováveis globalmente pelas empresas de óleo e gás ficou resumido a 10% do total dos investimentos. Os outros 90% continuam sendo aplicados em projetos para exploração e produção dos combustíveis fósseis e derivados.
A ideia de acabar com o combustível fóssil é impossível. O mundo descarbonizado não vai ser sem hidrocarbonetos. O ‘elefante é grande’ porque possui, globalmente, US$ 23 trilhões em ativos e, em Estados brasileiros, como o Rio de Janeiro, responde por 43% da arrecadação de impostos. Em países como Azerbaijão, petroestado que é sede da COP29, a dependência do dinheiro que vem da venda interna e externa de óleo e gás também é muito grande. No país, 90% das exportações são de combustíveis fósseis. A discussão, inclusive, sobre a redução da importância desse setor põe em xeque a estrutura de bem-estar social e de subsídios, naturalmente dependentes da receita tributária com a venda de óleo e gás.
O IBP vai apresentar nos debates que participa na COP29 é que o setor investe em algumas iniciativas, como a repotencialização das refinarias, as tecnologias de reinjeção de dióxido de carbono, a eletrificação das plataformas de exploração e o uso do know-how da indústria petroleira para áreas diversas como energia eólica offshore e hidrogênio. O Brasil tem o maior programa de reinjeção de CO2 no mundo. Na Petrobras, algumas refinarias já estão sendo ajustadas ou, seja, repotencializadas para processar biocombustível. A Repar, no Paraná, tem o projeto de produzir 40 milhões de litros de biodiesel (5% de óleo vegetal e 95% de derivado de petróleo) em 2025. Esse projeto vai expandir para São Paulo, onde há cinco refinarias. O pior erro vai ser “fechar a porta para esse elefante branco, gordo e grande”. O setor quer ser parceiro e protagonista na discussão sobre transição. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.