12/Nov/2024
Em mais um dia de alta global, o dólar chegou a oscilar acima dos R$ 5,80, mas desacelerou e encerrou esta segunda-feira (11/11) abaixo deste nível técnico, em uma sessão novamente marcada por receios quanto ao retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos e pela demora do governo Lula em lançar seu pacote fiscal. O dólar fechou em alta de 0,58%, cotado a R$ 5,77. Em novembro, porém, a divisa acumula baixa de 0,18%. Esta segunda-feira (11/11) foi mais um dia de elevação praticamente generalizada do dólar ante as demais divisas, em meio aos receios quanto à adoção pelos Estados Unidos de tarifas mais elevadas de importação, uma das promessas de campanha do presidente eleito Donald Trump. A queda de preços do minério de ferro e do petróleo, dois dos principais produtos da pauta exportadora brasileira, na esteira da decepção com notícias sobre estímulos econômicos na China, era outro fator que pesava sobre o Real.
Na sexta-feira (08/11), com os mercados fechados no Brasil, o país asiático já havia divulgado números decepcionantes de inflação. No Brasil, a demora do governo em apresentar seu pacote fiscal, prometido originalmente para depois das eleições municipais, voltou a impulsionar o dólar e as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros). Segundo a B&T Câmbio, a terceira semana consecutiva de indefinição sobre o pacote de ajuste fiscal no Brasil continua gerando incertezas, o que reflete no comportamento do dólar. Com o dólar se fortalecendo globalmente, o mercado aguarda uma definição em torno de R$ 60 bilhões de cortes de gastos do pacote, mas trabalha com a expectativa de um valor entre R$ 30 bilhões e R$ 60 bilhões. Se o valor ficar mais perto de R$ 30 bilhões, pode gerar um clima de mau humor, enquanto um valor mais próximo de R$ 60 bilhões pode trazer uma sensação de maior tranquilidade. Neste cenário, o dólar atingiu a cotação máxima de R$ 5,81 (+1,39%).
As cotações acima de R$ 5,80 atraíram agentes para a ponta de venda, o que trouxe certo alívio para os preços, ainda que o dólar seguisse em alta. O dólar marcou a mínima de R$ 5,76 (+0,44%). O feriado do Dia dos Veteranos nos Estados Unidos nesta segunda-feira (11/11), que manteve o mercado de Treasuries fechado, também reduziu a liquidez no câmbio no Brasil. De fato, perto do fechamento do mercado o dólar para dezembro (o mais líquido atualmente) somava cerca de 150 mil contratos negociados, bem menos que a média de uma sessão normal. O Banco Central informou no relatório Focus que a mediana das projeções do mercado para o dólar no fim de 2024 passou de R$ 5,50 para R$ 5,55. No caso de 2025, foi de R$ 5,43 para R$ 5,48. O Banco Central vendeu todos os 15.200 contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão para rolagem do vencimento de 2 de dezembro de 2024. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,48%, a 105,510. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.