13/Nov/2024
Apesar do forte avanço das cotações no exterior, o dólar fechou esta terça-feira (12/11) praticamente estável ante o Real, com o mercado se apegando às promessas do governo Lula de equilíbrio fiscal e à expectativa de que o ciclo de alta de juros no Brasil seja mais longo, como indicado na ata do último encontro do Copom. O dólar fechou em leve alta de 0,04%, cotado a R$ 5,77. Em novembro, a divisa acumula baixa de 0,14%. Antes da abertura do mercado a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) reiterou as preocupações do Banco Central com as expectativas de inflação desancoradas e alertou que isso pode levar a um ciclo mais longo de elevações da Selic, hoje em 11,25% ao ano.
A desancoragem das expectativas de inflação é um fator de desconforto comum a todos os membros do Comitê. Uma deterioração adicional das expectativas pode levar a um prolongamento do ciclo de aperto de política monetária. Uma Selic mais alta em tese favorece a atração de investimentos ao Brasil, o que atuaria como um fator de baixa para o dólar ante o Real. Essa perspectiva fez o dólar oscilar em baixa, ainda que no exterior a divisa norte-americana sustentasse ganhos firmes. O dólar à vista atingiu a cotação mínima de R$ 5,75 (-0,30%). A moeda norte-americana e os rendimentos dos Treasuries avançavam globalmente na sessão ainda em reação às promessas políticas do presidente eleito Donald Trump de corte de impostos e aumento de tarifas de importação nos Estados Unidos.
Isso fez o dólar ensaiar ganhos mais consistentes ante o Real na segunda parte da sessão, com a divisa atingindo a máxima de R$ 5,79 (+0,50%). O patamar de R$ 5,80, como vem ocorrendo nas sessões mais recentes, funcionou como importante resistência técnica para as cotações. No restante do dia, o dólar oscilou próximo da estabilidade. Segundo a Manchester Investimentos, o dólar se manteve estável no Brasil devido à iminência de que as propostas do governo para a área fiscal sejam apresentadas para a Câmara e para o Senado. Com o Banco Central apertando a Selic e saindo algo do lado fiscal, a tendência é o dólar dar uma estabilizada, não ficar tão disparado.
O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que o Brasil terá uma política fiscal “vigorosa”, mas não houve qualquer detalhamento das medidas, aguardadas com ansiedade pelo mercado. O Banco Central vendeu todos os 15.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão para rolagem do vencimento de 2 de janeiro de 2025. No exterior, o dólar seguia em alta ante quase todas as demais divisas. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,58%, a 106,030. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.