ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

14/Nov/2024

COP29: Brasil deve exaltar agricultura sustentável

O professor emérito da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Roberto Rodrigues, afirmou que, durante a COP29, no Azerbaijão, o agronegócio brasileiro deve mostrar o quem feito “de bom”. O País tem uma agricultura tropical sustentável, eficiente e muito competitiva planetariamente, tem uma matriz energética extraordinária, com mais da metade renovável e, e metade disso é proveniente da agricultura. Tem uma agricultura tropical altamente sofisticada, sustentável e competitiva, e isso deve ser mostrado na COP. Ao mesmo tempo, porém, o agronegócio brasileiro deve condenar, com clareza, o que é ilegal. Desmatamento ilegal, invasão de terra, incêndios criminosos, porque esses crimes não são feitos por agricultores. Então, é preciso ‘limpar essa barra’ para que a agricultura sustentável emerja cristalinamente para o mundo. Sobre os índices de desmatamento que têm caído no País desde o início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, Rodrigues espera que essa queda no desmatamento possa, finalmente, começar a sensibilizar os detratores do País no exterior. O desmatamento ilegal precisa acabar, tem de ser zero.

Roberto Rodrigues afirmou que, sob o governo recém-eleito de Donald Trump, nos Estados Unidos, pode haver mais protecionismo em relação aos produtos agropecuários do Brasil. Mas, o Brasil tem que negociar. A diplomacia tem de negociar com parcimônia e competência e estar aberta para todo mundo e para o mundo todo. Para isso, é necessário montar uma estratégia de negociação. Sob este aspecto, Rodrigues citou a fala do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, sobre a abertura de 274 mercados para os produtos agropecuários brasileiros somente neste ano. É necessário deixar de lado questões ideológicas" nas negociações. Sobre a sustentabilidade da agricultura brasileira, Rodrigues afirmou que a agricultura brasileira pode crescer desmatando o mínimo possível. Se hoje o País tem de 70 milhões a 80 milhões de hectares já produzindo alimentos, tem também 120 milhões de hectares de pastagens degradadas que podem virar agricultura. Mas, é importante diferenciar o que é desmatamento legal do ilegal. Se é legal, a ideia é tentar desmatar o menos possível. Mas, o desmatamento ilegal é inaceitável.

Ele afirmou ainda que é necessário, na Amazônia, resolver a questão fundiária, o crédito e a assistência técnica para os pequenos produtores. Ele defendeu fazer um Poupatempo Rural na Amazônia. Dar titulação da terra, garantir um projeto técnico e crédito rural. A questão fundiária tem de ser resolvida na Amazônia. Sobre a agregação de valor aos produtos agropecuários brasileiros, Rodrigues mencionou que, apesar de a tecnologia ser essencial, deve-se ter a virada de chave na direção da sustentabilidade. O País precisa também ter acordos comerciais, políticas públicas e política de renda garantida ao produtor rural por meio do seguro rural. Em relação à segurança climática, Rodrigues garantiu que o Brasil já produz pensando nisso há anos. Desde o governo Collor, nos anos 1990, até hoje, a área plantada com grãos dobrou, mas a produção cresceu quatro vezes mais. Diante disso, cerca de 123 milhões de hectares deixaram de ser desmatados nesse período, em função do aumento de produtividade. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.