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14/Nov/2024

Brasil: retomada do grau de investimento é essencial

Que o Brasil é uma oportunidade para investidores estrangeiros nos setores de infraestrutura e de energia, em especial na agenda verde e de transição, não há dúvidas. Iniciativas como o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), a Plataforma Brasileira de Investimentos em Transformação Climática e Ecológica (BIP) e o EcoInvest, o programa de hedge cambial, são exemplos. O que falta, no entanto, é a retomada de grau de investimento, perdido em 2015, e que ajudaria a destravar um potencial de bilhões de dólares em demanda de investidores estrangeiros para financiar projetos no País, conforme especialistas que participaram de evento promovido pela Câmara de Comércio Brasil-EUA, em Nova York, nos Estados Unidos, em parceria com os escritórios Machado Meyer e Latham & Watkins. Segundo o Itaú BBA, o maior benefício que o Brasil poderia ter é se tornar grau de investimento. A retomada do selo de bom pagador contribuiria para baratear o custo de captação de recursos para emissores brasileiros no exterior, alongar o prazo bem como ampliar a demanda dos estrangeiros.

Enquanto o mercado de dívida para mercados emergentes é de US$ 4 trilhões, o de grau de investimento é algo como US$ 30 trilhões, somente considerando a renda fixa nos Estados Unidos. O Brasil está perto da retomada do grau de investimento, e um sinal nesse sentido veio da recente melhora do rating do Brasil pela Moody's, de Ba2 para Ba1, com perspectiva positiva. O Brasil está em um bom caminho com todos os recentes produtos introduzidos, mas a retomada do grau de investimento traria um futuro brilhante para o mercado de capitais brasileiro. Contudo, endereçar as demandas necessárias para o País avançar em sua classificação de crédito, a exemplo da agenda fiscal, é mais complexo do que introduzir produtos para desenvolver a agenda de infraestrutura e sustentável no Brasil. A Elea Data Centers enfatizou as oportunidades de investimentos na agenda verde brasileira para estrangeiros. Do lado dos incentivos, programas como o PPI e o BPI são iniciativas positivas. Mas, por outro lado, mudanças na política são uma preocupação permanente para os investidores estrangeiros.

O Brasil tem uma grande vantagem em energia renovável, mas, do ponto de vista do investidor externo, pontos de preocupação históricos são mudanças na política, nas tomadas de decisão. Como exemplo, alterações no regime tributário ou em taxas de importação. O Brasil pode ser um terreno fértil para grandes plataformas globais de inteligência artificial (IA), que estão buscando capacidade e energia verde para baratear os seus custos. No entanto, precisa facilitar o acesso a essas empresas. Se essas plataformas puderem acessar energia verde com custos menores no Brasil, elas farão isso, mas esse acesso tem de ser facilitado. O Programa de Parcerias de Investimentos da Casa Civil destacou que os projetos do PPI reconhecem a importância de ter a participação do setor privado, bem como de uma maior presença de investidores estrangeiros porque o próprio governo não tem essa capacidade. Do Executivo ao Congresso, todos reconheceram a necessidade de atrair mais recursos estrangeiros tanto na forma de investimento direto (IED), bem como de capital e financiamento transfronteiriço.

A iniciativa privada é essencial. E mais do que isso, investidores estrangeiros são realmente necessários, porque o País tem alguns jogadores locais importantes, mas eles não conseguem lidar com todas essas oportunidades. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) afirmou que a Plataforma Brasileira de Investimentos em Transformação Climática e Ecológica, batizada de BIP e lançada há algumas semanas, durante as reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington (EUA), está agora aberta para receber mais projetos e investidores. Na largada, a iniciativa contemplou projetos que somam US$ 10,8 bilhões em capital. O objetivo principal da plataforma não é entrar nos detalhes específicos de cada um dos setores, mas consolidá-los em uma única iniciativa para ofertá-los a investidores estrangeiros. A ideia é levar os principais projetos prontos ou quase prontos para serem potenciais financiadores e investidores dispostos a apoiá-los. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.