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13/Jan/2025

Alimentos deverão pressionar a inflação em 2025

A expectativa de alta de preços de produtos agropecuários que entram na cesta básica deve continuar a pressionar a inflação de alimentos neste ano. Carne, café e açúcar são as commodities que mais preocupam quanto à pressão inflacionária em 2025. O movimento tende a repetir o que já foi observado no ano passado, com uma inflação de alimentos resistente, com impacto sobre o ciclo de corte de juros. Segundo a Tendências Consultoria, o principal impacto da aceleração da inflação de alimentos deve vir das proteínas animais. A inflação será impulsionada pelo aumento expressivo dos preços das carnes, estimado em pelo menos 16,6% no valor pago ao produtor, com repasse à indústria e ao consumidor. Café e açúcar também devem contribuir com uma inflação de alimentos mais forte por conta da menor produção. Em contrapartida, do lado dos grãos, o efeito dos preços sobre a inflação tende a ser neutro, sem expectativa de altas acentuadas nas cotações de soja e milho. A Tendências projeta aumento de 9,1% no grupo alimentos no IPCA de 2024, e de 6,2% para 2025, com viés de alta.

Óleo de soja, leite e as “commodities softs” (como são chamadas as que são cultivadas, e não extraídas) são itens de atenção quanto a potencial inflacionário neste ano, além de hortaliças, frutas e verduras, com maior suscetibilidade a variações climáticas e peso relevante na cesta básica. Para o Itaú BBA, o momento é de atenção também sobre o desenvolvimento das lavouras de hortifrútis, afetadas pela seca histórica do ano passado. É preciso observar o acumulado de chuvas nos próximos dois meses e os efeitos sobre a produção de hortifrútis, que, apesar da rápida recuperação das lavouras, podem ter pressão momentânea sobre inflação em caso de perdas. As proteínas e as commodities softs são os produtos mais preocupantes quanto à pressão inflacionária. A alta do café ainda não foi repassada ao varejo, e poderá haver novas máximas históricas. Dos produtos básicos, o trigo vai depender muito do dólar, já o arroz tende a ter uma ótima safra e o feijão deve ficar com produção dentro da média. A consultoria MB Agro observa que o câmbio será determinante para a inflação de alimentos neste ano.

Se o dólar se mantiver acima de R$ 6,00 a pressão sobre a inflação de alimentos será maior, levando a uma política monetária mais restritiva. Do ponto de vista fiscal, o mercado não vê firmeza nas medidas do governo, o que gera incerteza e, somado aos preços sustentados de commodities agrícolas, se reflete em maior pressão sobre inflação. Em relação aos preços dos principais produtos agrícolas no mercado doméstico, analistas projetam movimentos distintos no ano. Enquanto as carnes tendem a subir dois dígitos e as commodities softs devem manter o atual patamar, os grãos podem apresentar cotações menores. Isso estaria ligado à supersafra brasileira de grãos, estimada em 322,42 milhões de toneladas no mais recente levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), e ao menor crescimento econômico projetado para a economia global. Em comum entre as commodities, a principal incógnita na formação de preços é o fortalecimento do dólar, que afeta a competitividade das exportações brasileiras e a paridade interna de preços. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.