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13/Jan/2025

Inflação de serviços seguirá elevada no 1º trimestre

A inflação de serviços, que é acompanhada de perto pelo Banco Central para decidir a trajetória da taxa Selic, deve permanecer elevada ao longo do primeiro trimestre de 2025 e ser mais um vetor de aceleração para o IPCA como um todo no período. Isso se dará pela perspectiva de uma atividade econômica e mercado de trabalho ainda resilientes, com perspectiva de desaceleração apenas para o segundo semestre deste ano. A pressão na inflação de serviços também será mais um alerta para a dinâmica dos juros. A autoridade monetária já encara um cenário de depreciação cambial, expectativas de inflação desancoradas e de preços de alimentos mais elevados. Por ora, o Banco Central já contratou mais duas elevações de 1% na taxa Selic, para as reuniões de janeiro e março, conforme forward guidance apontado no último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom). O juro básico deve atingir, no mínimo, o nível de 14,25% neste ano.

O BNP Paribas avalia que o nível alto da inflação de serviços vai em linha com o guidance do Banco Central. A inflação não vai dar, por ora, sinais de alívio. Na média móvel trimestral anualizada e dessazonalizada, métrica que ajuda a entender as tendências para a inflação no curto prazo, os serviços indicam uma alta de 6%, enquanto os serviços subjacentes, de 8,5%, muito acima da meta de inflação, de 4,5%. É uma preocupação do mercado como um todo. Isso é relacionado não só com o nível da atividade, mas com o nível de renda que permanece alto. Mostra que a economia ainda está muito aquecida, o que é ruim para a inflação, por preços mais pressionados, e para o Banco Central, que deve manter os juros mais altos por mais tempo. O que aconteceu com a inflação no fim de 2024 vai se repetir no primeiro semestre, com serviços e serviços subjacentes pressionados. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrou 2024 com alta de 4,83%, estourando o teto da meta de 4,5%, como já era esperado por analistas.

Agora, o presidente da autarquia, Gabriel Galípolo, deve escrever uma carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para explicar o descumprimento do alvo de inflação do último ano. O resultado se deu durante a gestão de Roberto Campos Neto, mas foi divulgado na sexta-feira (10/01) já sob o comando de Galípolo. O Santander Brasil corrobora a visão de que o mercado de trabalho robusto e a atividade econômica ainda impõem pressão sobre a inflação de serviços. O banco chama atenção para a elevação das aberturas de serviços no encerramento de 2024. Os serviços intensivos em mão de obra aumentaram de 5,5% para 6,5% na média móvel trimestral anualizada e dessazonalizada, o nível mais alto desde o final de 2022. Os serviços inerciais subiram de 7,2% para 9,5%, enquanto os serviços sensíveis à ociosidade saltaram de 6,8% para 8%, todos nessa mesma métrica. Para a Gap Asset, ainda vai demorar para haver uma trégua na alta da inflação de serviços. Apesar de esperarmos uma desaceleração no segundo semestre, com atividade mais fraca e efeitos do aperto monetário, não se vê uma melhora tão cedo em serviços.

Chama a atenção a dinâmica de serviços bancários, serviços ligados à ociosidade e serviços digitais neste primeiro trimestre. A Warren Investimentos destaca que o IPCA de 2024 trouxe uma reaceleração já esperada para os núcleos de inflação, com destaque para os serviços. Por outro lado, embora permaneça em nível ainda elevado, a inflação de serviços não deve trazer uma piora expressiva para o primeiro trimestre. É esperada uma pressão no primeiro trimestre, sobretudo nos serviços subjacentes, por reajuste do salário-mínimo, programas de transferência de renda, além do contexto de atividade e mercado de trabalho fortes. Porém, para ter outra piora na percepção da inflação de serviços, é preciso uma depreciação cambial mais intensa ou algum problema de oferta. A Warren Investimentos prevê alta em torno de 6,5% para serviços e de 7,7% para serviços subjacentes na média móvel trimestral anualizada e dessazonalizada. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.