15/Jan/2025
A Eurasia classificou o ambiente como “mais perigoso” para os países em desenvolvimento com a volta de Donald Trump ao governo dos Estados Unidos, que pretende adotar medidas de maior protecionismo. O Brasil lidera essa lista à medida que enfrenta incertezas fiscais. Donald Trump assume o cargo no dia 20 de janeiro. Reações negativas nos mercados como a vista recentemente em relação às incertezas fiscais no Brasil, com a desvalorização adicional do Real, devem ser mais frequentes nos países em desenvolvimento neste ano. Quando o Brasil teve um desempenho um pouco abaixo do esperado em termos de gestão fiscal sob o presidente Lula, os mercados o puniram pesadamente.
E esse é o tipo de coisa que achamos que vai acontecer muito mais nos países em desenvolvimento este ano, precisamente porque tanto os Estados Unidos quanto a China não estão buscando coordenar, estabilizar seu relacionamento ou melhorar a globalização. A gestão Trump começa ainda enquanto os países enfrentam um dólar particularmente já forte, além de inflação e dívida elevadas. Quanto ao acordo entre o Mercosul e a União Europeia, não deverá haver grandes impactos. O relacionamento dos países do Mercosul com a União Europeia não vai ajudar muito a lidar com isso. A administração Trump faz ameaças de tarifas comerciais mais duras.
O ano de 2025 será intenso e o mais perigoso geopoliticamente desde o início da Guerra Fria. Este é o ano em que há uma espécie de princípio de desordem geopolítica dominante para como o mundo funciona. A chegada do governo Trump deve ditar o unilateralismo no cenário global, com a China em posição mais fraca para reagir e os demais países na defensiva. Um dos maiores pontos fortes de Donald Trump é sua imprevisibilidade, o fato de que outros países, outros líderes, interlocutores, não sabem o que ele vai fazer, e ainda assim é precisamente essa imprevisibilidade que impulsiona a incerteza, a volatilidade, o risco. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.