15/Jan/2025
A Datagro avalia que o agronegócio brasileiro tem perspectivas positivas para 2025, com dólar valorizado frente ao Real e a esperada recuperação das safras de grãos e cana-de-açúcar, após um ano marcado por adversidades climáticas. A volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos pode beneficiar o Brasil, especialmente nas exportações para a China. Há a probabilidade de maior abertura de janela de oportunidade para as exportações de grãos do Brasil, uma vez que a possível tensão comercial entre os Estados Unidos e a China pode ampliar as compras chinesas de soja e milho brasileiro em detrimento aos produtos norte-americanos. No entanto, a expectativa de desaceleração da economia chinesa impõe cautela quanto ao desempenho das exportações do agronegócio em 2025. No campo logístico, novos investimentos devem melhorar o escoamento da produção.
A Cofco inaugura em 2025 um terminal no Porto de Santos (SP) com capacidade para movimentar 14 milhões de toneladas de grãos por ano, permitindo o embarque de até 200 navios anualmente. O Porto de Santana, no Amapá, fortalecerá o Arco Norte como hub estratégico, enquanto o Porto de Chancay, no Peru, surge como rota alternativa para produtores das Regiões Norte e Centro-Oeste. Há preocupações específicas em relação aos setores de café e suco de laranja. O excedente exportável de café pode ser afetado pelos impactos da seca e dos incêndios nos cafezais em 2024, enquanto o setor citrícola enfrenta desafios com pomares envelhecidos e maior propagação de doenças, como o greening. Em 2024, o agronegócio brasileiro registrou a segunda maior receita com exportações da história, totalizando US$ 165,13 bilhões, queda de 1,2% ante 2023.
A China manteve-se como principal destino, com US$ 49,7 bilhões (-17,5%), seguida pelos Estados Unidos, com US$ 12,1 bilhões (+23,1%). O saldo comercial do setor foi de US$ 123,43 bilhões, garantindo o superávit total brasileiro de US$ 59,50 bilhões. Entre os itens que mais cresceram em receita estão o algodão (+62,4%), café (+52,9%) e sucos (+30,9%). Em contrapartida, a exportação de óleo de soja recuou 47,8% e a de milho, 40,2%, devido à menor produção e à demanda interna aquecida pela indústria de biodiesel e etanol de milho. As importações de insumos para o agronegócio, incluindo fertilizantes e defensivos, cresceram 5,5%, somando US$ 41,70 bilhões. Ainda assim, a participação do setor no total das importações brasileiras caiu para 15%, o menor índice em sete anos. O saldo da balança comercial do agronegócio encerrou 2024 com superávit de US$ 123,43 bilhões, retração de 3,3% em relação a 2023. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.