21/Jan/2025
As ameaças tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estão forçando a Europa a enfrentar um dilema indesejado: manter suas próprias tarifas baixas e arcar com os custos econômicos, ou erguer novas barreiras em uma tentativa de proteger indústrias vulneráveis. A União Europeia (UE) tem defendido há muito tempo o sistema baseado em regras para o livre comércio e, no mês passado, anunciou um avanço em um grande acordo comercial com quatro países da América do Sul. Ao mesmo tempo, o bloco está preparando uma combinação de incentivos e sanções para responder ao plano de Trump de usar tarifas como ferramenta de política doméstica e externa. A Europa quer evitar uma guerra comercial em grande escala.
Os Estados Unidos são o maior parceiro comercial da União Europeia, com o comércio entre as duas economias movimenta aproximadamente US$ 8,7 trilhões, segundo a Câmara de Comércio Americana para a União Europeia. Tarifas mais altas dos Estados Unidos sobre a China poderiam redirecionar produtos baratos para a Europa, criando um duplo golpe para os fabricantes domésticos do bloco. Os representantes da União Europeia esperam neutralizar algumas dessas ameaças com propostas que podem incluir compromissos para comprar mais gás natural liquefeito e suprimentos de defesa norte-americanos, além de uma oferta para se aliar a Donald Trump no enfrentamento à China. O bloco também poderia se comprometer a assumir uma parcela maior do ônus financeiro de apoiar a Ucrânia, e os estados-membros poderiam aumentar os gastos militares.
Caso essas propostas não surtam efeito, a União Europeia preparou uma série de opções de retaliação, que, segundo diplomatas, poderiam incluir tarifas direcionadas a produtos de estados norte-americanos politicamente sensíveis. Os planos comerciais de Donald Trump também podem se alinhar a tensões mais amplas com a União Europeia, envolvendo segurança regional, apoio à Ucrânia e o interesse dos Estados Unidos na Groenlândia. Autoridades estão preparadas para discutir uma variedade de questões com a nova administração e buscarão posicionar a União Europeia como um parceiro que pode ajudar Donald Trump a alcançar alguns de seus objetivos.
O comissário de Comércio da União Europeia, Valdis Dombrovskis, afirmou nesta segunda-feira (20/01) que o bloco econômico responderá às tarifas do recém-empossado presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se implementadas, e que o Eurogrupo está pronto para defender seus interesses. A respeito da possível saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, o presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe, declarou que União Europeia continua a ter comprometimento com o acordo e irá cumprir suas metas climáticas. Donohoe também comentou que o Banco Central Europeu (BCE) está estudando a implementação do euro digital para um futuro próximo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.