ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

21/Jan/2025

Alta da Selic e perda de fôlego do emprego formal

De acordo com estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), o atual ciclo de aperto monetário já contribui para uma perda de fôlego do emprego formal no País, movimento visto na reta final de 2024 que deve se intensificar neste ano de 2025. Na passagem de outubro para novembro de 2024, houve redução tanto no saldo de vagas geradas com carteira assinada quanto no número de demissões voluntárias computados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) do Ministério do Trabalho. O aumento consecutivo dos juros tende a repercutir no mercado de trabalho. Uma taxa de juros mais elevada acaba desestimulando os investimentos produtivos. Se tem menos investimento produtivo, a tendência é que as empresas posterguem a decisão de expandir seus negócios e contratar. Isso acaba influenciando o mercado de trabalho.

O ano de 2024 vinha marcado por uma forte geração de emprego formal e pelo crescimento expressivo das demissões voluntárias, fenômeno que indica uma migração de trabalhadores para cargos melhores em meio a um mercado de trabalho aquecido. Pois essa dinâmica arrefeceu em novembro, quando o volume de desligamentos a pedido do trabalhador recuou "consideravelmente". O número de demissões voluntárias somou 644.611 em novembro, o menor resultado mensal registrado no ano de 2024. Os desligamentos a pedido em novembro tombaram 16,6% em relação ao mês anterior, outubro de 2024, quando totalizaram 772.851. Em 2024, sucessivos meses tiveram as demissões a pedido bateram recorde, fruto de uma atividade econômica intensa. A tendência é que, com a atividade econômica desacelerando, isso também faça com que haja menos oportunidades. Assim, os trabalhadores vão se deparar com menos oportunidades para ficar migrando de um trabalho para o outro.

Em novembro, houve uma abertura líquida de 106.625 vagas formais, resultado de 1.978.371 admissões e 1.871.746 desligamentos. Embora positivo, o saldo foi o mais brando para o mês dentro da série histórica do Novo Caged, iniciada em 2020. O número de postos efetivamente criados foi 19,3% inferior ao registrado um mês antes, em outubro de 2024, quando totalizou 132.138 vagas. Em relação a novembro de 2023, quando o saldo foi de 121.366 vagas, houve uma queda de 12,1%. O mercado de trabalho está muito relacionado à atividade econômica. É como se a atividade tivesse acomodado, e isso resultaria em 2025 numa desaceleração mais expressiva. Quando a atividade econômica está aquecida, a tendência é que se observe mais contratações. O mês de novembro/2024, ficou muito aquém dos novembros dos últimos anos, e para um período que é considerado um período de contratações mais fortes, porque é final de ano.

Geralmente, os contratantes começam a contratar em outubro e novembro já se preparando para o final de novembro, a Black Friday, e para as festividades de final de ano. Mesmo assim não ocorreu um aumento mais expressivo. A tendência é que em 2025 esse saldo venha a acomodar e até mesmo a ter um desempenho mais moderado do que o observado em 2024. Porém, o resultado acumulado no ano continua robusto, por conta do carregamento de um início de 2024 mais aquecido. No acumulado do ano, de janeiro a novembro de 2024, houve uma geração líquida de 2,224 milhões de novas vagas formais, uma alta de 16,68% em relação ao mesmo período de 2023. Já as demissões voluntárias totalizaram um recorde de 7,942 milhões de janeiro a novembro de 2024, aumento de 16,5% em relação ao mesmo período de 2023. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.