22/Jan/2025
Segundo a XP Investimentos, o setor privado dos Estados Unidos deve conseguir avançar em estratégias climáticas, mesmo sem uma política climática contundente e uma crescente politização da agenda no novo governo de Donald Trump. E isso por conta de dois principais fatores: o setor privado norte-americano é forte e independente, e as oportunidades e vantagens competitivas trazidas pela transição energética são importantes demais para serem ignoradas. Desde que venceu as eleições, Donald Trump tem gradualmente preparado as bases para o seu 2º mandato. Prometendo reduzir a burocracia federal e encargos regulamentares em todos os setores, vários nomeados para o Gabinete reafirmaram o seu compromisso com a desregulamentação ambiental. Mas, mesmo sem uma política climática contundente (e uma crescente politização da agenda), a expectativa é de que o setor privado avance em estratégias climáticas. Donald Trump tomou posse na segunda-feira (20/01), em meio às expectativas de uma "mudança de rota" na política norte-americana, especialmente naquelas ligadas ao clima.
No discurso de posse, o republicano prometeu reverter o pacote climático de Joe Biden, e o relatório avalia que entre as principais políticas na mira estão a Lei de Redução da Inflação (IRA), os subsídios para carros elétricos, a Agência de Proteção Ambiental (EPA) e a proibição de perfuração offshore de óleo e gás. Donald Trump tem dito que vai rescindir os 10% restantes do financiamento disponível do IRA. Para que isso aconteça, depende da aprovação do Congresso (controlado pelos republicanos). Entretanto, como grande parte do financiamento direto já foi gasto (90%), a promessa de Trump está mais relacionada à sua descontinuação do que a uma reversão nas políticas. Por outro lado, as empresas de óleo e gás pediram a Donald Trump que mantivesse certos aspectos do IRA, e os Estados republicanos estão se beneficiando de vários de seus programas. De acordo com as promessas de campanha, a XP também destaca que Trump está disposto a cortar os subsídios dos veículos elétricos.
A EPA deve ser alvo de um orçamento menor e dos esforços do governo para diminuir o alcance da agência. Outros pontos são as sinalizações de um possível apoio ao licenciamento geotérmico e novas tecnologias e políticas pró nucleares, dois segmentos energéticos com apoio bipartidário nos Estados Unidos. Projetos de lei sobre minerais críticos também têm tido esse apoio. Entre os nomeados para o governo Trump, destaque para os que têm potencial influência em políticas climáticas. Um dos nomes é Chris Wright, para o Departamento de Energia. Wright é um executivo com experiência no setor de óleo e gás, cético em relação às mudanças climáticas e crítico da energia eólica e solar. Espera-se que ele siga a promessa de campanha de Donald Trump de aumentar a produção de petróleo. Brooke Rollins, no Departamento de Agricultura, deve reduzir o financiamento e a pesquisa para a agricultura sustentável. Sean Duffy, indicado para o Departamento de Transportes, tem se manifestado contra os incentivos a veículos elétricos de Biden.
Por sua vez, o experiente gestor de fundos de investimento, Scott Bessent, é o novo secretário do Tesouro (que representa os Estados Unidos em fóruns multilaterais que lidam com mudanças climáticas, incluindo o G7). Para reduzir o déficit federal, ele sugeriu que Donald Trump eliminasse os créditos fiscais de energia limpa incluídos na Lei de Redução da Inflação e pediu o aumento da produção de petróleo. Na Agência de Proteção Ambiental, Lee Zeldin Durante foi congressista de Nova York por oito anos, e votou diversas vezes contra a expansão das políticas ambientais. Paul Atkins, que está na comissão de valores mobiliários norte-americana (SEC) já expressou ceticismo em relação ao papel da SEC na exigência de divulgações de reportes ESG. E, no Departamento de Eficiência Governamental, o empresário bilionário Elon Musk está no radar porque deve servir como consultor para acabar com a burocracia do governo e reduzir o excesso de regulamentações. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.