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22/Jan/2025

André Corrêa Do Lago será o presidente da COP30

O diplomata André Corrêa do Lago será o presidente da 30ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP30), em Belém (PA). Ana Toni, secretária de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente, será a diretora-executiva. O anúncio foi realizado pelo Ministério das Relações Exteriores, pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e pelo próprio André Corrêa do Lago. O Brasil pode ter um "papel incrível" na COP30. Corrêa do Lago afirmou que é uma honra ocupar o cargo e agradeceu a escolha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Também afirmou que o governo de Donald Trump à frente dos Estados Unidos terá impacto sobre a Conferência do Clima, e mencionou a saída do país do Acordo de Paris, um dos principais tratados ambientais vigentes. A COP30 será realizada entre 10 e 21 de novembro. O governo federal vem sendo pressionado para acelerar definições sobre o evento.

O nome de Corrêa do Lago prevaleceu por não trazer uma grande carga política. O diplomata é tido como um técnico e negociador experiente. O anúncio foi depois de uma reunião promovida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir a organização da COP30. A pauta ambiental ganhou centralidade no discurso do presidente Lula nos últimos anos. Lula costuma acusar o governo anterior, de Jair Bolsonaro, de ter sido leniente com desmatamento, garimpo e outras atividades danosas às florestas. No governo, Lula explora o assunto para aumentar a projeção internacional do Brasil. Apesar disso, já teve dificuldades, por exemplo, para controlar queimadas nesses pouco mais de dois anos de mandato. Segundo o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), a nomeação do embaixador André Corrêa do Lago para a presidência da COP30 vai ampliar a colaboração entre os setores público e privado.

O repertório em negociações climáticas do embaixador André Corrêa do Lago e sua capacidade de articular interesses diversos são habilidades essenciais para não só facilitar as negociações durante a Conferência das Partes da ONU no Brasil, como para posicionar o nosso país como protagonista na agenda global. Ao longo dos anos, a atuação do presidente da conferência mundial tem sido fundamental para engajar empresas de diversos segmentos, ampliando a participação do setor privado nas discussões sobre mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável. Segundo a agenda do conselho do último ano, Corrêa do Lago participou de diversas reuniões e eventos promovidos pela organização como encontros com executivos das 116 companhias de grande porte associadas, da Semana do Clima de Nova York e de debates em defesa de uma ambição maior sobre as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) do Brasil.

No ano passado, o CEBDS foi convidado por Corrêa do Lago para liderar a busca por soluções para a descarbonização de cinco setores-chave da economia brasileira. Um resultado desse esforço foi a criação, em dezembro, de uma coalizão, ao lado do Grupo CCR e Insper, para contribuir com a estratégia de redução de emissões do setor de transportes. A COP é um evento que começa muito antes da conferência em si. André Corrêa do Lago vem trabalhando em parceria com o CEBDS para a construção de um caminho sólido e de sucesso até novembro e além. Ele será uma peça-chave no fortalecimento do diálogo, para que a COP30 termine com resultados expressivos, sobretudo após os impasses vistos durante a última conferência, em Baku.

Representantes do agronegócio saudaram a escolha do embaixador André Corrêa do Lago para presidir a 30ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP30). Segundo a Fundação Dom Cabral, Corrêa do Lago é uma das mentes brilhantes do diálogo climático mundial. Sai ganhando o Brasil, como também o resto do mundo. Atual secretário do Clima, Energia e Meio Ambiente do Itamaraty, Corrêa do Lago já estava envolvido na organização da COP. A Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) considera um ótimo nome, pessoa de Estado e conhecedor profundo do tema de clima.

A Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove), na mesma linha, avaliou a indicação de Corrêa do Lago como "uma ótima escolha". Ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), o empresário e pecuarista Pedro de Camargo Neto também destacou a competência de Corrêa do Lago. O presidente da COP é responsável por facilitar as negociações entre os países membros durante as conferências climáticas, atuando de forma imparcial para guiar as discussões e garantir a implementação eficaz dos acordos. Para o pecuarista, contudo, persiste a preocupação quanto ao líder do Brasil nas negociações, representando interesses e políticas do País.

Enquanto o presidente da COP é neutro, e focado na colaboração, os líderes nacionais priorizam as agendas e objetivos específicos de seus países. O Brasil até hoje não definiu suas prioridades, sua rota em Belém. Essas definições precisam estar claras e com amplo apoio nacional, uma política de Estado distante das desavenças da ‘miúda’ política partidária. Com Donald Trump ou sem Donald Trump, a Amazônia precisa ser preservada e mesmo restaurada, defendeu Camargo Neto. O pecuarista citou também a necessidade de combate ao desmatamento ilegal, garimpo ilegal, extração ilegal de madeira e grilagem. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.