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21/Feb/2025

Brasil compra mais do que vende aos Estados Unidos

Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) indicam que, em um recorte temporal iniciado em 2014, as importações brasileiras de produtos vindos dos Estados Unidos foram 11,85% superiores às exportações. A balança comercial entre os dois países ganhou relevância nos últimos dias diante do anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de elevar a tarifa sobre importações norte-americanas. As investidas de Trump nas transações comerciais têm alimentado, entre analistas e governantes, o receio de uma guerra comercial global. Na soma do período, as exportações do Brasil para os Estados Unidos chegaram a US$ 337,8 bilhões; e as importações, a US$ 377,8 bilhões.

O saldo da balança comercial no período indica que o Brasil comprou US$ 40 bilhões a mais do que vendeu para os Estados Unidos. Estudo do banco Itaú aponta que, em uma nova rodada de conflito comercial, os impactos positivos para o comércio brasileiro podem ser mais limitados, enquanto as consequências negativas tendem a ser maiores. Na primeira guerra comercial de Donald Trump (durante seu primeiro mandato), em termos relativos, o Brasil acabou sendo beneficiado. Em primeiro lugar, não pagou tarifas. O setor do aço chegou a ser cogitado, mas os Estados Unidos desistiram. O fato é que o País performou muito bem, dado que outros países estavam pagando tarifas.

Na outra ponta, a China retaliou as tarifas norte-americanas e passou a comprar menos produtos do agro. O Brasil se beneficiou vendendo mais produtos para a China. Se beneficiou nas duas pontas. No cenário atual, há chances de uma tarifa em cima do Brasil. Entre os riscos, está o fato de Donald Trump utilizar as tarifas como instrumento de negociação. Existe a possibilidade de que o governo chinês feche acordo com os Estados Unidos para comprar mais produtos norte-americanos. Em 2020, eles chegaram a assinar um acordo comercial. Se esse for o caso, é um risco negativo para o Brasil, porque a China passaria a comprar mais soja dos Estados Unidos e, portanto, menos do Brasil.

A ApexBrasil frisou que é preciso pragmatismo na condução da relação comercial entre Brasil e Estados Unidos, em meio às imposições tarifárias do presidente norte-americano, Donald Trump. A China é o maior parceiro comercial do Brasil, mas os Estados Unidos figuram como o melhor parceiro, porque importa produtos com valor agregado, como máquinas e equipamentos. Os Estados Unidos são um bom parceiro comercial do Brasil. É preciso cautela frente às medidas impostas por Donald Trump, sobretudo em relação às taxações de aço e alumínio.

Os Estados Unidos querem retomar o seu protagonismo na indústria automobilística e em outras indústrias e vão precisar de aço e alumínio. O país terá que comprar de alguém e não deve recorrer à China pela disputa comercial. O Brasil pode se habilitar para seguir vendendo, talvez com cotas. Os trabalhos com os Estados Unidos serão conduzidos pelo pragmatismo, sem carga ideológica e demais preferências. É preciso uma melhora do comércio com a China, uma vez que o país asiático importa, majoritariamente, soja, ferro e petróleo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.