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21/Feb/2025

Agronegócio brasileiro enfrenta desafios em 2025

Segundo a Multiplica Crédito & Investimentos, o setor do agronegócio vive um "cenário de estrangulamento" devido ao alto custo do crédito e ao crescente número de pedidos de recuperação judicial. Com a Selic entre 15% e 15,75%, o custo final do crédito, incluindo spread bancário, pode chegar a 27% ao ano. Poucas empresas no mercado deixam um resultado que possibilita pagar um esforço de dívida dessa magnitude. A situação é especialmente grave devido às características do setor. O agronegócio funciona no prazo de 240, 270, 360 dias. Não tem como ser diferente. O produtor não consegue comprar insumo para pagar em 30 dias porque o dinheiro dele está no campo, ele só colhe na próxima safra. O cenário se agravou em 2024 por uma mudança brusca na perspectiva dos juros.

O ano começou com expectativa de juros muito baixa, uma briga concorrencial gigantesca, com bancos e fundos competindo por operação. Quando veio a reversão dos juros, não foi possível repassar a diferença para o cliente imediatamente. É o cenário mais perigoso para o mercado financeiro. A restrição ao crédito tem acelerado os pedidos de recuperação judicial. O caso da AgroGalaxy é um exemplo desse momento crítico: A empresa estava 12 vezes alavancada, começou quando os juros eram baixos, fez uma imersão pesada de capital para comprar empresas estratégicas e se descapitalizou quando os juros começaram a subir. Não estava gerando caixa, era inviável. Para 2025, a previsão é dm cenário ainda mais desafiador. Os bancos estão puxando o freio, os FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) entram cada vez mais forte porque é onde encontram brecha, mas a inadimplência está se mostrando.

Mesmo com a perspectiva de uma supersafra, com toda essa crise do agro, não é um ano de safra que vai pagar a conta, vai levar mais alguns anos. Diante desse quadro, a Multiplica tem buscado alternativas para atender o setor. O mercado financeiro em si está muito aquém do que deveria estar no agronegócio. O produtor no interior tem pouca assistência, depende muito de cooperativa ou das grandes tradings. Uma das iniciativas é a parceria com a Control Union para oferecer armazenagem e crédito em regiões mais carentes. Foi estruturado um programa onde a Control Union atua como agente fiduciário dos armazéns. O produtor pode estocar sua safra e usar como garantia para obter crédito, sem precisar vender sob pressão de estocagem. Já estão sendo espalhados silos por algumas regiões. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.