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24/Feb/2025

Brics: objetivo é fortalecimento do multilateralismo

O secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros e Sherpa do Brasil no Brics, embaixador Mauricio Carvalho Lyrio, ressaltou a importância do bloco para a economia mundial. Ele citou que a atividade global tem tido expansão média de 2,5% a 3%, enquanto a do grupo está rodando entre 3% e 5%, o que é realmente muito impressionante, afirmou durante briefing para detalhar a primeira reunião de Sherpas da Presidência Brasileira do Brics, nesta semana (dias 25 e 26 de fevereiro). É uma contribuição muito positiva para a economia internacional como um todo. O bloco reúne 48,5% da população mundial.

No comércio brasileiro, o grupo representa cerca de 35% das transações totais. O bloco tem a intenção de reforçar a cooperação entre seus membros e de fortalecer o multilateralismo. O Brics começou em meados dos anos 2000, mas a primeira cúpula foi em 2009, que era justamente esse momento de repensar a governança global, em que o próprio G20 se constituiu como um grupo de líderes, um momento em que claramente houve a consciência de que a mera coordenação dos países ricos não seria suficiente para resolver problemas e crises internacionais.

A vocação do bloco é justamente a de reforçar a sua lateralidade e reforçar a própria governança global. Reforçar a governança global vem no sentido de reformar (instituições), que é mais democrática, mais inclusiva, mais representativa desses mesmos países. Sobre a cooperação, o embaixador salientou que o auxílio entre os integrantes do grupo tem sido muito forte em áreas como saúde, ciência, tecnologia, pesquisa de forma geral, inclusive com certas vacinas. Esta é a óbvia vocação do Brics, justamente por serem países em desenvolvimento grandes, que, no fundo, compartilham mais ou menos os mesmos problemas e, portanto, têm interesse em buscar soluções que sejam também compartilhadas.

O grupo quer mais multilateralismo e uma governança global reforçada e reformada. Este é um elemento crucial, ainda mais em tempos com os atuais, com dificuldades em relação ao funcionamento do multilateralismo e das instituições de governança global. Um exemplo é o interesse do bloco em reformar, por exemplo, as instituições de Bretton Woods. Isso sempre foi uma posição muito clara e, se pegar todas as declarações dadas pelos Brics desde então, desde 2009, esse é um tema muito forte.

Para o diplomata, a reforma do Fundo Monetário Internacional (FMI) concluída em 2016 foi muito tímida. Mas, além de reformar, também há o objetivo de complementar. As duas grandes iniciativas na história do Brics foram a criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, mais conhecido como Banco do Brics) e a assinatura do acordo contingente de reservas. Estas duas iniciativas são claramente complementares. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.