25/Feb/2025
O Produto Interno Bruto (PIB) é um indicador econômico que representa a soma de todos os bens e serviços finais produzidos em uma determinada região (país, estado, cidade) durante um período específico (geralmente um ano ou trimestre). Ele é amplamente utilizado para medir a atividade econômica e o crescimento econômico de uma região. PIB = agropecuária + indústria + serviços. No Brasil, o setor de serviços é a parcela mais representativa da economia. O setor de serviços corresponde a mais da metade do PIB nacional e a cerca de 75% dos empregos gerados. O cálculo do PIB pode ser feito de três maneiras:
- Ótica da Produção: soma-se o valor de todos os bens e serviços finais produzidos. O PIB é calculado somando o valor adicionado bruto (VAB) de todos os setores, mais os impostos, menos os subsídios. Fórmula: PIB = (VAB) + Impostos-Subsídios.
- Ótica da Renda: soma-se todas as remunerações pagas aos fatores de produção (salários, juros, aluguéis e lucros). O PIB é calculado somando os salários (S), os rendimentos de arrendamentos (R), os lucros (L), os juros (J), as amortizações (A) e os impostos indiretos (T), subtraindo os subsídios à produção (Z). Fórmula: PIB=S+R+L+J+A+(T-Z).
Ótica da demanda: soma-se o consumo das famílias, os investimentos, os gastos do governo e o saldo das exportações menos as importações. O PIB é calculado somando o consumo das famílias (C), os investimentos das empresas (I), os gastos do governo (G) e as exportações (X), subtraindo as importações (M). Fórmula: PIB=C+I+G+(X-M).
Das formas mencionadas, uma das mais comuns é a ótica da demanda. Itens considerados para o cálculo do PIB:
I. Balanço de pagamentos: mostra a relação comercial do Brasil com outros países, incluindo transações internacionais.
II. IPCA: índice que mede a inflação oficial do Brasil, abrangendo 90,0% das famílias urbanas.
III. IPA: índice de inflação que registra variações de preços de produtos agropecuários e industriais nas transações entre empresas. Calculado pela FGV.
IV. POF: pesquisa do IBGE que avalia rendimentos e gastos das famílias, traçando um perfil econômico da população.
V. PAC: pesquisa do IBGE sobre a estrutura do comércio brasileiro, incluindo número de empresas, receitas, lucros, estoques e despesas.
VI. PAS: similar ao PAC, mas focada exclusivamente no setor de serviços.
VII. PAM: analisa a produção agrícola brasileira, considerando itens importantes para exportação e relevância social.
Em 2024, segundo estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI), o Brasil deteve o décimo maior PIB do mundo. A partir de 2015, é possível observar um crescimento constante do PIB nominal brasileiro, com exceção do ano de 2019 até 2020, sendo que a partir de 2020 esse crescimento passa a ser mais expressivo. O PIB em 2024 é baseado na projeção do Banco Central (BC) de crescimento do PIB em 3,5% em relação a 2023. Apesar da estabilidade relativa do PIB nominal entre os anos de 2019 até 2020, houve uma queda no PIB real no período, o que indica uma desaceleração econômica no período, explicada em grande parte pela crise sanitária desencadeada pela Covid-19 na época.
O PIB nominal mostra o valor atual todos os bens e serviços finais produzidos em um país medido a preços correntes, enquanto o PIB os valores de todos os bens e serviços finais medidos a preços constantes de um ano base, e é ajustado pela inflação. O PIB real é expresso em porcentagem. Segundo estimativas do World Bank Group (2023), a participação da agropecuária no PIB do Brasil foi de 6,8%, atrás da Índia, Indonésia e a China. Em 2023, a agropecuária teve um crescimento notável em relação a 2022. O crescimento foi de 15,1%, e contribuiu com aproximadamente R$ 677,6 bilhões para o PIB brasileiro. Isso representou cerca de 6,3% do PIB do Brasil, que foi de R$ 10,9 trilhões.
O IBGE ainda não divulgou os números de 2024, porém a previsão é de queda dessa participação para 6,1%, contribuindo desta forma com aproximadamente R$ 666 bilhões. A previsão está baseada nas expectativas do Ministério da Fazenda, que espera uma queda de 1,7% no PIB do setor. Essa retração se deve ao clima em 2024, que afetou a produção agrícola. Em 2024, de janeiro a março, o Rio Grande do Sul foi atingido por chuvas excessivas que causaram inundações severas, prejudicando as plantações e dificultando a colheita. A partir de abril e se estendendo até setembro, regiões do Norte, Centro-Oeste e Sudeste sofreram com secas prolongadas, e incêndios, que afetaram dramaticamente a produção agrícola.
O fenômeno El Niño, que durou de junho de 2023 a junho de 2024, intensificou tanto as secas quanto as chuvas extremas, além de aumentar a temperatura média global. No entanto, há uma expectativa de recuperação para 2025, com uma projeção de crescimento de 6% no PIB agropecuário, impulsionada por uma safra recorde de soja e uma reversão no ciclo de expansão pecuário. É histórica e evidente a importância do setor agropecuário na economia brasileira, sendo um setor que promove desenvolvimento regional e movimenta inúmeras cadeias produtivas. Fonte: Alcides Torres. Broadcast Agro.