17/Mar/2025
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a alta de 0,13% no Índice de Preços ao Produtor (IPP) de janeiro/2025 foi o 12º avanço seguido no indicador. O IPP vem de uma sequência de aumentos desde fevereiro de 2024: fevereiro (0,14%), março (0,35%), abril (0,67%), maio (0,36%), junho (1,26%), julho (1,53%), agosto (0,66%), setembro (0,62%), outubro (0,97%), novembro (1,25%), dezembro (1,35%) e janeiro (0,13%). O IPP mede a evolução dos preços de produtos na "porta da fábrica", sem impostos e fretes, da indústria extrativa e de 23 setores da indústria de transformação. A alta de 0,13% nos preços dos produtos industriais na porta de fábrica em janeiro foi decorrente de elevações em 14 das 24 atividades pesquisadas. O resultado do IPP em janeiro foi o menor dessa sequência.
Essa desaceleração está vinculada, em grande parte, à variação negativa dos preços de alimentos. Deve-se levar em conta a apreciação do Real diante do dólar, na passagem de dezembro para janeiro (1,2%), que tem impacto sobre vários setores, como fumo, madeira, mas também alimentos e metalurgia. Por outro lado, fatores de mercado entram na explicação dos movimentos observados. As maiores altas de preços em janeiro ocorreram em máquinas e materiais elétricos (1,85%), outros químicos (1,72%), refino de petróleo e biocombustíveis (1,49%) e produtos de metal (1,46%). As maiores contribuições para a taxa do IPP partiram das atividades de refino de petróleo e biocombustíveis, com 0,15% de influência, e outros produtos químicos, com 0,14%. Na direção oposta, evitaram uma elevação maior no IPP de janeiro os setores de alimentos (queda de 0,84% e contribuição de -0,22%) e indústrias extrativas (recuo de 1,49% e contribuição de -0,07%).
A queda na atividade de alimentos, setor de maior peso no cálculo do IPP, interrompe uma sequência de nove meses com aumento de preços. Os preços de alimentos têm respondido a reduções de oferta de modo geral, em consonância com problemas climáticos que estão acontecendo nos últimos anos (excesso de seca ou de chuva). A melhora da renda interna causa uma pressão de demanda sobre o setor. Em janeiro, a apreciação do Real frente ao dólar, a colheita da cana-de-açúcar e da soja, e uma menor demanda de carne (dezembro é um mês de demanda aquecida do produto, por conta das festas de final de ano) explicam em grande parte o recuo observado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.