19/Mar/2025

A economia brasileira iniciou o ano com mais força do que o previsto, de acordo com dados divulgados ontem pelo Banco Central. O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado uma espécie de prévia do PIB oficial (calculado pelo IBGE), avançou 0,89% em janeiro ante dezembro, acima do teto de 0,7% estimado pelo mercado. Na comparação com janeiro de 2024, o IBC-Br registrou alta de 3,58%, sem ajuste sazonal, também acima do teto das estimativas, de 3,10%. A avaliação de economistas é de que o resultado tenha sido puxado pelo agronegócio.

Em 2024, o PIB fechou com crescimento de 3,4%. Segundo a MB Associados, o agro vai ser a grande surpresa em termos de PIB, com safra de soja forte, e deve trazer margens fortes no primeiro e no segundo trimestres. A divulgação acontece às vésperas da definição da nova taxa básica de juros. O Comitê de Política Monetária (Copom) anunciará nesta quarta-feira (19/03) a nova Selic. O consenso no mercado é de alta de 1%, o que levaria a taxa para 14,25%. O IBC-Br de janeiro vai colocar para baixo as discussões de que o Banco Central talvez tivesse espaço para reduzir a alta da Selic em maior velocidade.

O cenário de uma economia ainda forte por conta do agro faz com que haja pressão de demanda, eventualmente fazendo com que as pressões inflacionárias permaneçam. Um PIB mais forte deve manter consumo e preços sob pressão, exigindo do Banco Central uma política monetária mais contracionista. Com isso, deve aumentar a diferença entre as taxas de juros no Brasil e no Estados Unidos, atraindo dólares de investidores estrangeiros. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.