19/Mar/2025
O dólar emplacou a sexta sessão consecutiva de queda no Brasil, encerrando esta terça-feira (18/03) no menor valor desde outubro do ano passado, em meio ao fluxo de entrada de recursos no País e à perda de força da moeda norte-americana no exterior. Em mais uma sessão de forma geral positiva para os ativos brasileiros, o dólar fechou em baixa de 0,19%, a R$ 5,67, a menor cotação desde 24 de outubro, quando encerrou em R$ 5,66. Nas últimas seis sessões, o dólar acumulou baixa de 3,06%. No ano, o dólar acumula queda de 8,15%. Após abrir a sessão em alta, acompanhando até então o viés positivo para a moeda norte-americana no exterior, o dólar foi perdendo força gradativamente ante o Real, com profissionais citando um movimento de entrada de recursos País. Segundo a Correparti Corretora, teve fluxo de exportador e de investidor estrangeiro. Nos últimos dias, tem havido fluxo especulativo vindo para o Brasil, porque o diferencial de juros está alto, o que atrai investidores.
Nesta quarta-feira (19/03), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve anunciar nova elevação da taxa básica Selic, hoje em 13,25% ao ano. A moeda norte-americana também se enfraqueceu no exterior, o que fez o dólar renovar mínimas no Brasil. Após marcar a máxima de R$ 5,71 (+0,51%), na abertura da sessão, o dólar atingiu a mínima de R$ 5,65 (-0,53%) às 13h20. Como em sessões anteriores, o fortalecimento do Real ante o dólar esteve em sintonia com a alta do Ibovespa e a queda das taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros). A nova queda do dólar ante o Real ocorreu a despeito de um fator que, no fim de 2024, foi motivo para forte alta das cotações: a intenção do governo de isentar de Imposto de Renda pessoas que ganham até R$5 mil por mês. Se em dezembro a proposta foi vista como mais um fator de risco para o equilíbrio fiscal, a apresentação oficial do projeto ao Congresso nesta terça-feira (18/03) não trouxe pressão para os negócios.
O projeto mantém a tabela progressiva do IR com isenção para rendas de até dois salários-mínimos, o que se conjugará a um desconto variável que permitirá que quem ganha até R$ 5 mil não pague nada de imposto. Também haverá um desconto parcial que será reduzido gradualmente para rendas de R$ 5 mil a R$7 mil. Na outra ponta, para pessoas de alta renda o projeto prevê retenção na fonte de 10% incidente sobre dividendos distribuídos em valor acima de R$ 50 mil mensais por uma empresa para uma mesma pessoa física. Contribuintes mais ricos pagarão tributo mínimo para rendimentos anuais totais superiores a R$ 600 mil. De acordo com o governo, o efeito final sobre as contas públicas será neutro, ou seja, a arrecadação da parcela mais rica da população compensará a isenção dada à fatia mais pobre, justamente o ponto que gera desconfiança no mercado. No exterior, o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,23%, a 103,220. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.