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20/Mar/2025

Dólar cai após decisão de política monetária do Fed

O dólar completou a sétima sessão consecutiva de baixa ante o Real, encerrando esta quarta-feira (19/03) na menor cotação em cinco meses, acompanhando a perda de força da moeda norte-americana no exterior após decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) sobre juros nos Estados Unidos. O dólar fechou em baixa de 0,47%, a R$ 5,64, a menor cotação desde 14 de outubro de 2024, quando terminou em R$ 5,58. Nas últimas sete sessões, o dólar acumulou baixa de 3,52% e, no ano, recuo de 8,58%. O dólar chegou a oscilar em alta ante o Real no início da sessão, acompanhando o viés positivo para a moeda norte-americana no exterior, com investidores à espera da decisão de política monetária do Fed. Mas, perdeu força e se reaproximou da estabilidade ante o Real, com profissionais do mercado avaliando que os negócios estavam “travados” em função da expectativa antes do Fed.

À tarde, o Fed anunciou a manutenção dos juros na faixa de 4,25% a 4,50%, como era largamente esperado, mas houve discordância entre as autoridades sobre a trajetória apropriada da política monetária, refletindo a incerteza sobre os efeitos econômicos das políticas do governo Donald Trump. Nove das dezenove autoridades de política monetária do Fed esperam que a taxa de juros esteja na faixa de 3,75% a 4,00% até o final deste ano, segundo o resumo trimestral das projeções econômicas, o que pressupõe dois cortes de 25 pontos-base. Quatro consideraram que um corte nos juros será apropriado este ano, e quatro avaliaram que o Fed não deveria cortar os juros de forma alguma. Outras duas autoridades consideraram que três cortes seria a decisão correta.

Outro ponto de atenção foi a redução pelo Fed da projeção para o crescimento em 2025, de 2,1% para 1,7%, com taxa de desemprego maior no final do ano. A projeção do Fed para a inflação em 2025 passou de 2,5% para 2,7%. O BS2 chamou atenção para o fato de a inflação nos Estados Unidos seguir em ritmo crescente, com uma atividade decrescente, fruto das políticas protecionistas do governo Trump, que também elevam o risco de recessão nos Estados Unidos no final do primeiro semestre e na segunda metade de 2025. Após a decisão, os rendimentos dos Treasuries cederam e o dólar perdeu força ante as demais divisas fortes, o que impactou o câmbio e a renda fixa no Brasil. Após atingir a cotação máxima de R$ 5,69 (+0,30%), ainda na primeira hora de negócios, o dólar marcou a mínima de R$ 5,63 (-0,76%), já sob influência da decisão do Fed.

Investidores também aguardavam a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Embora o mercado precifique elevação de 100 pontos-base da taxa básica Selic, de 13,25% para 14,25%, os agentes estão ansiosos para saber qual será a mensagem do Copom para a próxima decisão, em maio. O Banco Central vendeu um total de US$2 bilhões em dois leilões de linha (venda de dólares com compromisso de recompra), para rolagem de vencimentos programados para abril. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,14%, a 103,440, após ter registrado ganhos mais fortes antes da decisão do Fed. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.