21/Mar/2025
Após sete sessões consecutivas de baixa, o dólar fechou esta quinta-feira (20/03) em alta ante o Real, acompanhando o avanço da moeda norte-americana no exterior após o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) indicar que não tem pressa para cortar juros nos Estados Unidos. Alguns agentes também aproveitaram a sequência mais recente de baixas do dólar no Brasil para comprar moeda, o que deu suporte às cotações. O dólar fechou em alta de 0,49%, a R$ 5,67, após ter atingido na véspera a menor cotação em cinco meses. A moeda norte-americana oscilou em alta por praticamente toda a sessão, com alguns exportadores aproveitando as cotações mais baixas para comprar divisas. O movimento era amparado pelo exterior, onde o dólar também subia ante a maior parte das demais moedas desde cedo.
O avanço era uma reação a comentários do chair do Fed, Jerome Powell, na véspera, sobre a possibilidade de corte de juros norte-americanos este ano. “Não teremos pressa para agir", disse Powell, após o Fed ter mantido sua taxa de juros na faixa entre 4,25% e 4,50%. Ao mesmo tempo, Powell afirmou que é muito cedo para determinar o impacto que as tarifas de importação cobradas pelos Estados Unidos podem ter sobre a inflação. Em meio às incertezas sobre a política monetária norte-americana, os rendimentos dos Treasuries recuavam, mas o dólar sustentava ganhos. No Brasil, após marcar a cotação mínima de R$ 5,64 (-0,02%), o dólar atingiu a máxima de R$ 5,68 (+0,59%). O noticiário interno, apesar de influenciar os DIs (Depósitos Interfinanceiros), ficou em segundo plano no câmbio.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa básica Selic em 100 pontos-base, para 14,25% ao ano, e indicou a intenção de promover novo aumento em maio, desta vez, de menos de 100 pontos-base. Em sua justificativa para o guidance, citou o cenário ainda adverso para a inflação, a elevada incerteza e o efeito defasado da elevação dos juros sobre os preços. Nesta quinta-feira (20/03), o Banco Central vendeu US$2 bilhões em dois leilões de linha (venda de dólares com compromisso de recompra), um dia após vender outros US$2 bilhões. As operações visavam a rolagem de vencimentos em abril. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,41%, a 103,800. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.