25/Mar/2025
O ING alerta que novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos podem representar um duro golpe para a economia europeia. Segundo a análise, se o presidente Donald Trump confirmar, em 2 de abril, as tarifas de 25% sobre exportações da União Europeia (UE), o impacto imediato seria uma redução de 0,33% no Produto Interno Bruto (PIB) do bloco. A longo prazo, porém, esse efeito pode se ampliar para 0,87%, agravando a estagnação econômica que já afeta várias economias europeias.
Quando os Estados Unidos, o principal parceiro comercial, ameaçam mais tarifas, a União Europeia tem motivos para se preocupar. Em 2023, o país representou 20% das exportações extra-União Europeia, com destaque para Alemanha (31% do total ou 158 bilhões de euros) e Irlanda (46% ou 51,3 bilhões de euros). No curto prazo, dentro de 1 ou 2 anos, as tarifas podem reduzir as exportações europeias aos Estados Unidos em 19%, pressionando setores como automóveis, máquinas e produtos químicos.
O impacto, porém, varia conforme a exposição de cada país. Enquanto Alemanha e Itália têm 2,1% e 2% do PIB, respectivamente, vinculados ao mercado norte-americano, a Irlanda enfrenta risco maior: 9,7% do PIB. A França (1,1%) e Espanha (1,1%) estão menos expostas. Cadeias de suprimentos intra-União Europeia complicam o cálculo, pois parte do valor exportado inclui insumos de outros países.
Além dos efeitos diretos, perda de empregos, queda no consumo e redução de investimentos podem ampliar o impacto. O choque negativo das tarifas norte-americanas pode escalar com efeitos multiplicadores. A incerteza geopolítica dificulta previsões exatas, mas uma coisa é clara: “as apostas não poderiam ser maiores". A decisão de Donald Trump, marcada para 2 de abril, será essencial para definir os rumos da economia europeia. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.