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27/Mar/2025

EUA não fará muitas exceções às tarifas recíprocas

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que não deverá haver muitas exceções às tarifas recíprocas de importação que entrarão em vigor no dia 2 de abril. Trump afirmou que os Estados Unidos sempre foram muito “brandos e fracos” na relação comercial com alguns países e que é preciso “retomar um pouco desse dinheiro". “Nosso país foi explorado como nunca se viu antes. É por isso que temos US$ 36 trilhões em dívida”, disse o presidente norte-americano. “Muitas vezes, os chamados amigos eram piores que os inimigos. Você olha para a União Europeia e a China, o que eles fizeram com este país, como nos passaram a perna.” O governo norte-americano também está avaliando planos para impor tarifas sobre veículos acabados que chegam aos Estados Unidos, mas não sobre peças automotivas.

A equipe econômica do presidente Donald Trump está preparando sua ação tarifária recíproca calculando taxas de tarifas para parceiros comerciais com base em barreiras, incluindo impostos e regulamentações. Mas, o governo pode não implementar o valor total da taxa tarifária para cada país. Tarifas recíprocas mais comedidas devem ajudar a proteger as economias dos principais parceiros comerciais e impostos mais rígidos poderão ser implementados mais tarde, se outras nações retaliarem com suas próprias taxas. O presidente Trump está dizendo que provavelmente será “mais gentil do que deveria ser, mas essa gentileza terá uma vida útil muito curta." Tarifas automotivas mais estreitas visam encorajar as empresas a moverem a montagem automotiva final de volta para os Estados Unidos.

O dirigente do Banco Central Europeu (BCE) e presidente do Banco Central da França, François Villeroy de Galhau, afirmou que o governo do presidente Donald Trump está desestabilizando o sistema econômico multilateral, prejudicando a economia dos Estados Unidos no processo e, em menor extensão, a Europa também. O aumento das tarifas dos Estados Unidos no segundo trimestre terá impacto "limitado" na inflação europeia, mas prevê uma redução de até 0,3% no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro. Por meio de suas decisões e reversões, Donald Trump desestabiliza o sistema multilateral, disse o dirigente. Essa reviravolta aumenta os riscos de longo prazo, sejam eles financeiros (pense em criptoativos ou intermediação não-bancária) ou climáticos, acrescentou.

Ainda, de acordo com fontes com conhecimento de discussões entre os Estados Unidos e o Canadá, o país norte-americano poderá ficar na extremidade inferior das tarifas recíprocas globais norte-americanas que Donald Trump planeja impor na próxima semana. Trump poderá estabelecer três níveis crescentes de tarifas a seus parceiros comerciais, e o Canadá ficaria no piso da escala. Nada, no entanto, é garantido. O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, afirmou que a guerra comercial iniciada pelo presidente dos Estados Unidos deixou a relação de proximidade entre os dois países sob mais pressão do que nunca. Durante um evento de campanha nesta quarta-feira (26/03), ele reforçou o compromisso de seu governo em usar todas as novas receitas de tarifas retaliatórias para apoiar os trabalhadores canadenses.

"O presidente Trump quer quebrar o Canadá para que os Estados Unidos tomem o nosso país", afirmou Carney, acusando seu adversário na eleição, Pierre Poilievre, de estar "alinhado" com o líder norte-americano. O premiê também anunciou que, caso seja reeleito, criará um fundo de cerca de US$ 2 bilhões para fortalecer o setor automotivo canadense contra as tarifas impostas pelos Estados Unidos. Segundo ele, o investimento busca proteger empregos ameaçados pelas medidas de Trump. Carney ainda alertou que cidades industriais como Windsor, Oshawa, Oakville e Hamilton, em Ontário, e Saguenay, em Quebec, serão muito afetadas pelas tarifas. Fontes: Broadcast Agro, Reuters e Toronto Star. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.