27/Mar/2025
Cálculos feitos pelo Departamento Econômico do Bradesco mostram que quase 50% do consumo interno é abastecido por produtos importados. Historicamente, a participação de importados no consumo aparente é maior em bens de capital. Quase 50% do consumo interno é abastecido por produtos importados. O coeficiente de bens intermediários está próximo de 39% e o dos bens de consumo, em quase 18%. Interessante que o coeficiente de bens intermediários vem crescendo desde 2004, ao passo que os coeficientes de bens de capital e de bens de consumo ficaram praticamente estagnados entre 2012-2019, voltando a subir pós pandemia.
A recente alta do consumo aparente está sendo puxada por bens de capital. A retomada dos investimentos no ano passado segue demandando esses bens, mas o ciclo de aperto monetário tende a amenizar tal desempenho. Já o consumo de bens intermediários e de consumo se acomodou. Se a trajetória recente do consumo de intermediários está ligada à moderação recente da indústria, a demanda por bens de consumo acontece em detrimento de bens duráveis. No último ano, a dinâmica das importações e do consumo aparente de veículos foi dada pela imposição de tarifas de importação de veículos, levando à antecipação da importação desses produtos entre maio e junho do ano passado e arrefecendo na segunda metade do ano.
O aumento das importações está compatível com PIB resiliente neste começo de ano. Modelos sugerem que o aumento do quantum importado reflete a aceleração da atividade no primeiro trimestre. Em especial, o consumo das famílias seguirá estimulado pelo mercado de trabalho aquecido, reajuste real do salário-mínimo e possível antecipação de 13º salário entre abril e maio. Além disso, o aumento da renda agrícola sustenta o avanço da demanda doméstica privada no começo do ano. Nesse sentido, pode demorar para observar queda do quantum importado, que deve ocorrer mais para o final do ano. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.