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31/Mar/2025

Brasil pode ser carbono negativo com setor privado

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) destacou o papel fundamental do setor privado para que o Brasil atinja suas metas climáticas e até mesmo se torne o primeiro país carbono negativo do mundo. A avaliação foi apresentada durante o COP30 Business Forum, promovido na sexta-feira (28/03) em São Paulo pela Câmara Americana de Comércio (Amcham Brasil). Não há como aumentar a economia rumo à neutralidade de emissões sem que o setor privado embarque, de fato, nessa agenda. Citando indicadores do Fundo Clima e do EcoInvest, foi ressaltado que já existe apetite do mercado para investir na transição verde, mas recursos financeiros sozinhos não bastam. É preciso compromisso e interesse.

Foi destacado o potencial do Brasil em restauração florestal como um dos principais motores dessa mudança. Se for possível transformar a restauração em um negócio economicamente viável, o Brasil será muito beneficiado. Além disso, o País tem a matriz elétrica limpa, biocombustíveis e energias renováveis como vantagens competitivas. Para acelerar essa transição, é preciso políticas públicas consistentes, estabilidade jurídica e acesso a crédito. É uma parceria fundamental entre o setor público e privado, com a sociedade acompanhando e garantindo que a transição seja justa. É importante integrar questões sociais e ambientais. Com o compromisso do governo federal e a crescente adesão do setor empresarial, o Brasil está construindo uma plataforma sólida para uma economia de baixo carbono.

O presidente da COP30, o embaixador André Correa do Lago, destacou a importância do evento para impulsionar negociações globais e a necessidade de união internacional para combater as mudanças climáticas de forma eficaz. É preciso mostrar que “combater a mudança do clima é um bom negócio”. A COP30 precisa mostrar ao mundo que vale a pena continuar negociando o clima, que só trabalhando juntos se chegará a resultado com o impacto necessário. O Brasil precisa trabalhar para que haja consensos máximos nessa negociação. Um dos pontos centrais envolve o progresso das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), documento crucial para o cumprimento das metas do Acordo de Paris.

O embaixador observou que, apesar dos avanços, ainda existem desafios. Menos de 20 países apresentaram as NDCs no prazo previsto. Inclusive, a União Europeia não entregou, a China não entregou, então, o prazo foi estendido, referência ao processo de renovação dos compromissos climáticos globais. Em relação aos Estados Unidos, Correa do Lago afirmou que, apesar da retirada do governo federal do Acordo de Paris, muitos Estados norte-americanos continuam comprometidos com os objetivos do tratado. Mais de 20 Estados norte-americanos estão comprometidos em manter o seu compromisso com o Acordo de Paris.

Além disso, o setor privado também tem mostrado grande interesse no alinhamento com as metas climáticas. Pelo menos dois terços do PIB norte-americano está comprometido com isso. Destaque para importância do setor empresarial na luta contra a mudança climática. Um dos maiores desafios apontados pelo presidente da COP30 é a desinformação sobre o impacto da mudança climática e as soluções propostas. Uma das prioridades será simplificar a comunicação sobre as ações necessárias para alcançar as metas climáticas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.