10/Apr/2025
O Ministério das Finanças da China emitiu uma nova decisão da Comissão Tarifária do Conselho de Estado chinês que eleva a tarifa para produtos importados dos Estados Unidos de 34% para 84%, com base nos "princípios básicos do direito internacional". A medida entrará em vigor a partir da 00h01 (horário local) do dia 10 de abril de 2025. A China insta os Estados Unidos a corrigirem imediatamente suas práticas equivocadas, a cancelarem todas as medidas tarifárias unilaterais contra a China e a resolverem adequadamente as diferenças por meio de um diálogo igualitário, baseado no respeito mútuo. O ministério chinês classifica o aumento de tarifas adicionais pelos norte-americanos contra o país como "um erro em cima de outro" e alega que a medida infringe gravemente os direitos e interesses legítimos da potência asiática, além de prejudicar o sistema comercial multilateral baseado em regras e impactar seriamente a estabilidade da ordem econômica global. É um exemplo típico de unilateralismo, protecionismo e intimidação econômica.
A medida veio um dia depois de os Estados Unidos aplicarem tarifa adicional de 50% a importações de produtos chineses, elevando o total para 104%. Os principais líderes da China planejam se reunir para definir medidas para impulsionar a economia, ajudar o consumo doméstico e estabilizar os mercados de capitais, à medida que a guerra comercial com os Estados Unidos se intensifica. Iniciativas como tornar os descontos no imposto de exportação mais atraentes para empresas nacionais devem figurar nas negociações, acrescentou uma das fontes. Além disso, o Ministério do Comércio da China anunciou submeteu um novo processo na Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre as tarifas recíprocas dos Estados Unidos, desta vez para questionar a imposição de alíquota adicional de 50% sobre produtos chineses. As medidas tarifárias dos Estados Unidos violaram seriamente as regras da OMC. O aumento de 50% reflete um erro atrás do outro, demonstrando a natureza de “bullying unilateral". A China defenderá firmemente seus interesses e direitos legítimos, atuando para proteger o sistema de comércio multilateral e a ordem econômica internacional.
A China impôs restrições de comércio e investimentos a mais 18 empresas e entidades dos Estados Unidos, como parte de uma série de medida retaliatórias a tarifas do governo Trump. O governo chinês acrescentou 12 entidades dos Estados Unidos a uma lista de controles de exportação, que impede a exportação a partir da China de itens que possam ter aplicações militares. A lista inclui a Teledyne Brown Engineering e a Insitu, que pertence à Boeing. Além disso, 6 empresas norte-americanas foram adicionadas a uma "lista de entidades não confiáveis", que as proíbe de realizar negócios e investimentos na China. Entre as empresas estão a Shield AI e a Sierra Nevada. Os principais líderes da China estão buscando estreitar laços com os países asiáticos vizinhos, sinalizando a tentativa de promover a colaboração regional em sua disputa comercial com os Estados Unidos. O presidente chinês, Xi Jinping, e outros membros importantes do Partido Comunista se reuniram nesta semana para discutir o aprofundamento dos laços de segurança e comércio com o restante da região, de acordo com a agência de notícias estatal Xinhua.
Autoridades presentes à reunião disseram que pretendem gerar integração econômica com os países vizinhos e fortalecer a cooperação nas cadeias industriais e de suprimentos. Separadamente, a China trabalhará com mais parceiros comerciais e está confiante em lidar com quaisquer desafios. O premiê chinês, Li Qiang, discutiu questões comerciais com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, com ambas as partes prometendo uma cooperação mais profunda diante das tarifas impostas pelo governo Donald Trump. A China também promoveu recente reunião com o Japão e a Coreia do Sul para discutir os laços trilaterais. O governo chinês reiterou nesta quarta-feira (09/04) a promessa de tomar "medidas resolutas" para defender seus direitos comerciais e de "lutar até o fim", embora não tenha fornecido detalhes de como pretende responder aos Estados Unidos. Li Qiang afirmou que o país está preparado para lidar com incertezas, mas reconheceu que choques externos criam pressão sobre o processo de estabilização econômica chinesa.
Ele reforçou a necessidade de implementar mais políticas macroeconômicas proativas e prometeu anunciar novas medidas ao longo do tempo, a depender da evolução da economia. Sem mencionar diretamente as novas políticas tarifárias dos Estados Unidos, o premiê chinês disse que a situação este é ano é "especial". A China respondeu calmamente a vários riscos e desafios e está preparada para lidar com muitas incertezas. a China sempre avançou diante de desafios. O governo está comprometido com o avanço estável da economia da China no longo prazo e trabalhar para tornar o país "mais poderoso". O foco das novas medidas será expandir e fortalecer a demanda doméstica, aumentando esforços para estabilizar o emprego e ampliar a renda, além de promover o desenvolvimento integrado de inovação tecnológica, científica e industrial. O premiê também citou medidas para estimular a "vitalidade de várias entidades empresariais", com mais políticas de suporte, como melhora em legislação e resolução de dificuldades de financiamento.
O Banco do Povo da China (PBoC, o BC chinês) não permitirá quedas acentuadas do yuan e pediu aos grandes bancos estatais que reduzissem as compras de dólares americanos, disseram fontes nesta quarta-feira. O PBoC enviou a orientação aos bancos estatais esta semana, pedindo-lhes para reter compras de dólares americanos para suas contas próprias, afirmaram três fontes. Uma das pessoas disse que grandes bancos também foram instruídos a intensificar verificações ao executar ordens de compra de dólares para seus clientes, uma medida que os mercados interpretam como uma forma do banco central conter operações especulativas.
O Secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, minimizou o novo acréscimo na tarifa de importações de produtos norte-americanos pela China e disse que a escalada é uma perda para os chineses, mas mencionou uma "boa relação pessoal" entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da China, Xi Jinping, favorecer uma resolução na guerra comercial entre as duas maiores potências econômicas mundiais. "Um passo muito bom com a China seria eles reconhecerem os precursores do fentanil. Os chineses precisam punir esses exportadores para os Estados Unidos", afirmou ao defender que a potência asiática não deve tentar desvalorizar a saída da situação, mas sim ir à mesa para negociar. Para Bessent, os aliados que se aproximam dos norte-americanos em busca de negociação pelas tarifas devem pensar em como reequilibrar a China e, dentre os países, foram mencionados os principais parceiros comerciais dos Estados Unidos: Japão, Coreia do Sul, Índia e Reino Unido. Os Estados Unidos negociarão país por país. Fontes: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.