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11/Apr/2025

Governo está monitorando os preços de alimentos

O Ministério da Agricultura acompanha o aumento recente dos preços de soja, milho e trigo no mercado interno, enquanto os valores pagos pelo arroz recuam. Apesar da alta recente, a tendência é de queda nos preços do milho, sustentação para a soja e estabilidade nos preços do arroz. Olhando a questão cambial e as modificações tarifárias pelos Estados Unidos, observa-se alta de preços em todos os produtos: soja, milho e trigo. O único produto que teve redução de preços foi o arroz. Tanto as tarifas dos Estados Unidos quanto o uso de grãos e oleaginosas para produção de combustíveis serão determinantes na formação de preços locais. As tarifas dos Estados Unidos são disruptivas em um processo que não se conhece nessa dimensão, podendo levar o mundo a um cenário recessivo. Caberá ao tempo dizer se elas virão para ficar, se haverá processo negocial e quais serão os resultados disso. Apesar da queda recente nos preços do arroz recebidos pelo produtor, que chegou a 25% no Rio Grande do Sul, a tendência é de estabilidade nos preços.

A safra já está colhida e preços agora devem ficar estáveis. No Rio Grande do Sul, o preço pago ao produtor pelo arroz atingiu entre R$ 75,00 e R$ 76,00 por saco de 50 Kg, enquanto no varejo os preços recuaram para entre R$ 18,00 e R$ 20,00 por pacote de 5 Kg. No milho, o cenário é de reversão do comportamento de preços de alta para estabilidade neste momento à queda à medida que a 2ª safra de 2025 for colhida, a partir de meados de julho. Segundo dados do Ministério da Agricultura, a alta nos preços do cereal foi significativa, atingindo 70% na comparação com o ano passado. Hoje, a oferta de produto é baixa e, portanto, houve uma subida forte de preços. Entretanto, com a entrada da 2ª safra de 2025, os preços podem reduzir até R$ 65,00 por tonelada em Mato Grosso. Em relação à soja, os preços devem se manter sustentados em comparação com o ano passado, sobretudo pela influência das questões internacionais. A soja é negociada a R$ 136,00 por saca de 60 Kg no Paraná e a R$ 115,00 por saca de 60 Kg em Mato Grosso, alta de 13% em um ano. O câmbio também está dando sustentação aos preços.

Porém, não se sabe como vai ficar o mercado em função das tarifas dos Estados Unidos. Para o trigo, os preços tendem a continuar elevados até o segundo semestre, quando entra a nova safra no mercado. Dados do Ministério da Agricultura apontam para alta de 32% nos valores pagos pelo cereal, a R$ 1.700,00 por tonelada no Paraná. O mercado hoje tem baixa oferta e a nova safra virá apenas em setembro. Há possibilidade de alterações no mercado diante das tarifas norte-americanas porque a Ásia é o grande mercado consumidor do trigo dos Estados Unidos, o que pode levar dificuldade para exportação do trigo norte-americano e abrir espaço para o trigo argentino. Sobre a safra brasileira, estimada em recorde de 330,3 milhões de toneladas, o Ministério da Agricultura ressaltou que o Brasil deve atender sem qualquer problema ao abastecimento interno, à exportação, à produção de carnes e de etanol, destacando o incremento na produção de 20 milhões de toneladas de soja, de 9 milhões de toneladas de milho, de 1,5 milhão de toneladas de arroz, de 780 mil toneladas de trigo e de 70 mil toneladas de feijão em relação à temporada passada.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que os preços dos alimentos já estão recuando, caso da carne bovina. Isso mostra que, passado o tempo de consumir o estoque com preço antigo, os preços vão cair ainda mais no varejo. De acordo com ele, a mesma dinâmica será observada nos mercados de óleo de soja, arroz e feijão. Os preços já estão cedendo e devem ceder ainda mais. O governo está confiante que as medidas tomadas, de forma ortodoxa, de estímulo à safra brasileira e com a safra sendo colhida, os preços dos alimentos vão ceder na ponta, para o consumidor. Fávaro citou também a expectativa de queda dos preços dos ovos após a Páscoa. A data é citada em virtude de fim do período da Quaresma, período sazonalmente com demanda elevada por ovos.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que em até 30 dias deve haver novidades em relação à regulamentação do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT). Nesta semana, Haddad se reuniu com os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e do Trabalho, Luiz Marinho, e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, para discutir o assunto. O programa está, evidentemente, mantido, é um programa meritório, mas a questão da intermediação tem que passar por uma regulação na forma da lei, já aprovada inclusive, e é isso que está sendo discutido com a Casa Civil, com o Ministério do Trabalho e com o Banco Central. Segundo Haddad, a reunião entre o grupo foi produtiva e saíram algumas definições, que ainda precisam ser avaliadas internamente para checar a viabilidade jurídica. O Congresso já aprovou mudanças nas regras dos cartões de vale-refeição (VR) e vale-alimentação (VA), como interoperabilidade e de portabilidade em 2022, mas a regulamentação não saiu. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.