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11/Apr/2025

Dólar sobe com incertezas sobre guerra comercial

Após forte recuo na sessão anterior, o dólar fechou esta quinta-feira (10/04) em alta no Brasil, pouco abaixo dos R$ 5,90, com o Real sendo novamente penalizado pela incerteza sobre os impactos da guerra tarifária desencadeada pelos Estados Unidos. O dólar fechou em alta de 0,89%, a R$ 5,89, após ter cedido 2,53% na véspera. Em abril, a divisa acumula elevação de 3,37%. Após os ativos brasileiros terem reagido positivamente na véspera ao adiamento da cobrança de algumas tarifas pelos Estados Unidos, por 90 dias, nesta quinta-feira (10/04) eles foram penalizados, acompanhando as quedas das bolsas e das commodities no exterior, além do avanço do dólar ante divisas pares do Real, como o peso chileno e o peso mexicano. O movimento refletiu a percepção de que, apesar do adiamento, o cenário de guerra comercial entre Estados Unidos e China não será necessariamente positivo para o Brasil.

No mercado internacional, o petróleo caía em torno de 3% e o farelo de soja cedeu mais de 1%, dois produtos importantes para a pauta exportadora brasileira. Segundo a Nomad, a volatilidade da política comercial dos Estados Unidos deve continuar sendo um fator de pressão negativo para as moedas emergentes, especialmente o Real. A economia brasileira tem elevada sensibilidade à diminuição do crescimento da China e a taxa de câmbio vem sendo um dos principais mecanismos de transmissão desses riscos. Neste cenário, o dólar oscilou entre a mínima de R$ 5,82 (-0,36%), ainda na primeira hora de negócios, e a máxima de R$ 5,95 (+1,87%). Internamente, um fator de pressão foi a informação de que a proposta do governo Lula de reestruturação do setor elétrico, que deverá chegar ao Congresso no primeiro semestre, poderá ter uma medida que amplia a gratuidade da conta de energia.

Em meio às preocupações do mercado em relação ao equilíbrio fiscal, a possibilidade não foi bem recebida pelos agentes. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tentou conter as preocupações ao afirmar que não há estudo em andamento, na Pasta ou na Casa Civil, sobre o programa Tarifa Social. Durante a tarde, o dólar perdeu força ante o Real, mas não o suficiente para virar para o negativo, em meio à incerteza no cenário global. No exterior, o dólar seguia em alta ante moedas como o peso chileno e o peso mexicano, mas cedia em relação ao iene, ao euro e a libra, divisas que vêm sendo usadas como proteção em meio à guerra comercial. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 1,82%, a 101,080. O Banco Central vendeu toda a oferta de 20.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de maio de 2025. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.