24/Apr/2025
A doutrina cooperativista prega universalmente a necessidade de "corrigir o social através do econômico". O instrumento da doutrina, a cooperativa, presta serviços aos seus associados, de maneira que consigam melhor resultado financeiro em suas respectivas atividades, e com isso tenham condições de melhoria na escalada social. Essas premissas estão presentes em todo tipo de cooperativa, seja ela agrícola, seja de crédito, de consumo, de trabalho, de saúde, de transporte, seja da função que tiver definida em seus estatutos e objetivos.
E também estão fundamentadas nos 7 princípios definidos (e ratificados) na Assembleia Extraordinária da Aliança Cooperativa Internacional realizada em 1995 em Manchester, na Inglaterra. Naquele evento foi criado o princípio da Preocupação com a Comunidade, um "upgrade" nos conceitos precedentes: a cooperativa deve ajudar o desenvolvimento da localidade em que esteja inserida, e não apenas o dos seus associados.
De certa forma, este novo princípio se assemelha à visão cristã, de amar ao próximo como a si mesmo, isto é, ninguém poderá ser inteiramente feliz se o vizinho não for também. É sob tais valores que o Sistema OCB se coloca frente à COP30 que acontecerá em novembro próximo em Belém do Pará. Esta COP não é a COP da Floresta, como querem alguns; nem a COP do Brasil. É um dos mais importantes eventos mundiais de 2025, no Brasil.
Mas vai se debruçar sobre as questões relevantes das mudanças climáticas e dos sistemas de produção de alimentos e de energia em todo o planeta, tendo em vista a sustentabilidade da própria humanidade. Portanto, interessa a TODO MUNDO, em qualquer rincão em que se encontrem as comunidades, e as cooperativas estarão atentas aos resultados. Para contribuir com as discussões que mais de uma centena de países estarão tratando, representados por suas autoridades mais relevantes, a OCB preparou um documento com cinco eixos temáticos, a saber:
1. Segurança alimentar, tecnologia e agricultura de baixo carbono. Reconhecer o papel das cooperativas nesta tarefa de produzir alimentos com sustentabilidade.
2. Valorização das comunidades e financiamento climático. Buscar a descentralização de recursos globais para que os países mais pobres recebam financiamento dos mais ricos para cumprir suas metas de descarbonização.
3. Transição energética e desenvolvimento sustentável. Mostrar e promover a matriz energética brasileira que tem 50% de sistemas renováveis de produção.
4. Bioeconomia como vetor de desenvolvimento. Procurar a inovação tecnológica e o melhoramento genético através da bioeconomia e ajuda da inteligência artificial.
5. Adaptação e mitigação dos riscos climáticos. As recorrentes catástrofes climáticas afetam campo e cidade e exigem estratégias de resiliência que as cooperativas podem promover por sua presença e atuação em ambos os segmentos.
Naturalmente esta temática tem um amplo detalhamento mostrando como as cooperativas atuariam em cada um dos eixos. Com essa contribuição o Sistema Cooperativista brasileiro pretende se fazer representar na COP30 e conduzir a postura do movimento mundial das cooperativas, inclusive como parte da ação desenvolvida pela ONU ao declarar este 2025 como o Ano Internacional das Cooperativas. A OCB cumpre assim com responsabilidade a sua missão. Fonte: Roberto Rodrigues. Broadcast Agro.