24/Apr/2025
O Ministério da Agricultura calcula que os empréstimos rurais de produtores do Rio Grande do Sul com vencimento neste ano somam R$ 28 bilhões. Entidades do setor produtivo pedem a renegociação e a suspensão de dívidas. A ideia é mobilizar uma negociação que saia a contento dos produtores e dentro do que o governo pode trabalhar, focada nos produtores que realmente precisam. O Ministério da Agricultura pediu ao Ministério da Fazenda a suspensão por seis meses do pagamento de financiamentos com vencimento em janeiro a setembro deste ano. A proposta ainda está sendo avaliada. O Ministério da Agricultura está buscando um caminho com ações de curto, médio e longo prazo. No âmbito do Executivo, trabalha para conseguir a prorrogação das dívidas de custeio, estendendo também para médios e grandes produtores, dentro do orçamento global e do direcionamento de fontes previsto.
No caso do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, a prorrogação das dívidas é automática até o limite de 8% dos financiamentos. O Ministério da Agricultura afirmou também que há preocupação de eventual auxílio aos produtores do Rio Grande do Sul desidratar o Plano Safra. À medida que as taxas de juros aumentam, as fontes tradicionais de crédito rural esvaziam. Em relação à uma nova securitização proposta pelo setor produtivo, semelhante à que ocorreu em 1996 com securitização da dívida rural brasileira através do Banco do Brasil, o ambiente macroeconômico não é mais o mesmo. A Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul (Farsul) calcula que produtores rurais do Estado tenham acumulado prejuízo de R$ 106,6 bilhões com perdas na produção agropecuária por eventos climáticos adversos de 2020 a 2024. Considerando o agronegócio como um todo, o prejuízo chega a R$ 319 bilhões no Estado, aproximadamente metade do Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul.
Somente neste ano, as perdas na safra de soja 2024/2025 do Estado atingiram 10 milhões de toneladas. A situação do produtor rural é gravíssima. Há produtores que colheram de 15 a 20 sacas de 60 Kg por hectare. Isso não paga nada, principalmente em cenário em que o produtor já estava endividado. Os baixos índices de inadimplência mostram que o produtor quer renegociar suas dívidas e pagar suas contas. Para a Farsul, caso não haja renegociação e prorrogação das dívidas rurais, haverá proliferação de recuperações judiciais no Estado. Os produtores não têm mais fôlego. Se não houver uma solução política, tecnicamente, os produtores estão falidos. Na análise da Farsul, é necessário o alongamento de dívidas dos produtores rurais em pelo menos 20 anos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.