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24/Apr/2025

Brasil espera elevar exportação agrícola para China

Segundo o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua, o governo brasileiro espera a abertura do mercado chinês para pescado extrativo e grãos secos de destilaria (DDGs, subproduto do etanol de milho) do Brasil em breve. Uma comitiva chinesa está no Brasil em decorrência da etapa ministerial do Grupo de Trabalho de Agricultura do Brics Brasil 2025, ocorrida na última semana. O Brasil tem mais de 50 tópicos em discussão com a China. O anúncio da conclusão desses acordos sairá em breve. O Brasil quer avançar também na certificação eletrônica para os embarques. Hoje, mais de 80 mil certificados por ano são emitidos. Outro assunto que será tratado entre os países é a habilitação de novos frigoríficos do Brasil para exportar carnes à China. É um assunto que sempre está na pauta e seguirá.

Com os Estados Unidos saindo desse mercado, pelas tarifas recíprocas, o Brasil se coloca à disposição. A habilitação de novos frigoríficos do Brasil depende do governo chinês, que faz a liberação e auditoria das fábricas por meio da Administração Geral das Alfândegas da China (GACC). A China habilita os frigoríficos brasileiros individualmente, no modelo planta a planta, após envio pelo Ministério da Agricultura das plantas em conformidade com o protocolo de exportação acordado entre os países. Atualmente, 132 frigoríficos brasileiros são aptos a exportar carnes para a China. Recentemente, a GACC rejeitou uma lista enviada pelo Ministério da Agricultura para habilitação de 28 unidades de carne bovina. As plantas foram indeferidas e o Brasil poderá revisar e corrigir os pontos solicitados pela GACC para solicitar novamente a autorização deste grupo de frigoríficos.

O Ministério da Agricultura está preparando resposta à China sobre os 28 frigoríficos com habilitação indeferida. As empresas citadas terão de, individualmente, apresentar as melhorias em pontos de não conformidade. A pauta bilateral entre Brasil e China inclui mais de 50 itens em negociação. A lista de pedidos brasileiros aos chineses inclui a abertura de mercado para carne bovina com osso, miúdos de aves e bovinos, farelo de amendoim, lima ácida, arroz e grãos secos de destilaria (DDGs, subproduto do etanol de milho). A sincronia na aprovação de transgênicos (biotecnologia) também integra a agenda. A revisão do protocolo de encefalopatia espongiforme bovina (EEB, doença popularmente conhecida como "mal da vaca louca") e da regionalização da Influenza Aviária também estão em fase de discussão técnica.

O aumento das exportações do Brasil para a China vai depender do apetite chinês. O Brasil está disponível para atender à demanda da China no que for possível. O Brasil é um provedor seguro, estável, com qualidade e sanidade. O Ministério da Agricultura não tratou de produtos específicos com a China, mas sim sobre a disponibilidade de ampliar o fornecimento de produtos agropecuários ao país asiático. O Brasil está pronto para apoiar a China em suprimentos nos produtos que forem necessários. O Brasil tem disponibilidade hoje para ampliar a exportação de soja para China e oportunidade de ampliar exportação de carne suína e de aves para China. Isso dependerá do apetite chinês.

Em relação à soja, o Brasil deve colher mais de 160 milhões de toneladas na safra atual, tendendo a exportar entre 80 milhões e 90 milhões de toneladas. Geralmente, algo em torno de 70 milhões de toneladas são exportadas por ano para a China. Quanto às carnes, os Estados Unidos representam 8% das importações chinesas de carne bovina, 16% de carne suína e de 30% a 40% de carne de aves. A China não fez o processo de reabilitação de quase 400 frigoríficos norte-americanos no mês passado e com as tarifas as exportações se tornam quase impraticáveis. Em aves e suínos, há oportunidade de o Brasil ampliar o comércio com a China se mantidas as condições atuais. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.