25/Apr/2025
O dólar completou a quinta sessão consecutiva de perdas ante o Real, encerrando novamente abaixo dos R$ 5,70 nesta quinta-feira (24/04), com as cotações acompanhando o recuo quase generalizado da moeda norte-americana no exterior, em meio à expectativa de juros mais baixos nos Estados Unidos. O dólar fechou em baixa de 0,43%, a R$ 5,69. Em abril, a divisa passou a acumular queda de 0,24%. Nas últimas sessões o dólar já vinha perdendo força ante o Real com a perspectiva de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, possa negociar com a China, amenizando o conflito tarifário entre os países. O recuo recente de Trump de seus ataques ao chair do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, era outro motivo de alívio para os mercados globais.
Nesta quinta-feira (24/04), o otimismo foi intensificado por comentários do diretor do Fed Christopher Waller, avaliando que a disputa tarifária envolvendo os Estados Unidos pode elevar o desemprego rapidamente no país e, ao mesmo tempo, suscitar cortes de juros. A presidente do Fed de Cleveland, Beth Hammack, pediu paciência em relação à política monetária em meio aos altos níveis de incerteza e não descartou mudanças na taxa de juros até junho, caso os dados sugiram a necessidade de ação. Em reação, os rendimentos dos Treasuries cederam, com o mercado precificando chances maiores de o Fed cortar juros já em junho. Essa perspectiva de juros mais baixos nos Estados Unidos impulsionou os ativos de risco ao redor do mundo, o que levou à alta do Ibovespa, ao avanço firme do Real e à queda das taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros). Assim, o dólar oscilou em baixa durante toda a sessão no Brasil. Após marcar a máxima de R$ 5,69 (-0,39%), ainda na primeira meia hora de negócios, o dólar atingiu a mínima de R$ 5,66 (-0,97%) no início da tarde.
Internamente, o mercado também acompanhou declarações de autoridades do Banco Central. O diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, afirmou que a moderação do crescimento no Brasil é importante para levar a inflação à meta, acrescentando que os riscos do choque global de comércio são de crescimento mais baixo e inflação mais alta. O diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, Paulo Picchetti, disse que há alguma desaceleração da atividade acontecendo no momento, mas que a autarquia ainda não consegue estabelecer uma tendência real devido a dúvidas sobre a confiabilidade dos dados. No exterior, o dólar seguia em queda ante a maior parte das demais divisas, incluindo pares do Real como o peso chileno e o peso mexicano. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,47%, a 99,309. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.