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28/Apr/2025

Inflação desacelera o ritmo de alta no mês de abril

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) subiu 0,43% em abril, após ter avançado 0,64% em março. Com o resultado, o IPCA-15 registrou um aumento de 2,43% no acumulado do ano. Em 12 meses, a alta foi de 5,49%, ante taxa de 5,26% até março. A alta de 0,43% registrada em abril pelo IPCA-15 foi a mais branda desde janeiro de 2025, quando subiu 0,11%. Considerando apenas os meses de abril, o resultado foi o mais elevado para o mês desde 2023, quando subiu 0,57%. O resultado fez a taxa acumulada em 12 meses acelerar pelo terceiro mês consecutivo. Em abril de 2024, o IPCA-15 tinha registrado alta de 0,21%. A taxa do IPCA-15 acumulada em 12 meses passou de 5,26% em março de 2025 para 5,49% em abril de 2025, maior resultado desde fevereiro de 2023, quando estava em 5,63%.

Os preços de Alimentação e bebidas aumentaram 1,14% em abril, após alta de 1,09% em março. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,25% para o IPCA-15, que subiu 0,43% no mês. Entre os componentes do grupo, a alimentação no domicílio teve alta de 1,29% em abril, após ter avançado 1,25% no mês anterior. A alimentação fora do domicílio subiu 0,77%, ante alta de 0,66% em março. O gasto das famílias brasileiras com alimentação e bebidas subiu em abril pelo oitavo mês consecutivo. O encarecimento da alimentação respondeu por cerca de 60% de todo o IPCA-15 de abril. Se somada ainda a elevação no custo de Saúde e cuidados pessoais, apenas os dois grupos responderam por 88% do IPCA-15 de abril. A alimentação no domicílio avançou 1,29% em abril. Houve aumentos no tomate (32,67%), café moído (6,73%) e leite longa vida (2,44%). A alimentação fora do domicílio aumentou 0,77%. A refeição fora de casa subiu 0,50%, e o lanche avançou 1,23%.

Os preços de Transportes caíram 0,44% em abril, após alta de 0,92% em março. O grupo deu uma contribuição negativa de 0,09% para o IPCA-15, que subiu 0,43% no mês. Os preços de combustíveis tiveram queda de 0,38% em abril, após avanço de 1,88% no mês anterior. A gasolina caiu 0,29%, após ter registrado alta de 1,83% em março, enquanto o etanol recuou 0,95% nesta leitura, após alta de 2,17% na última. O recuo de 14,38% no custo das passagens aéreas em abril deu a principal contribuição para deter a prévia da inflação do País no mês. O subitem impactou em -0,11% na taxa de 0,43% registrada pelo IPCA-15 de abril. Em abril, os combustíveis recuaram 0,38%. Houve reduções nos preços do etanol (-0,95%), do gás veicular (-0,71%), do óleo diesel (-0,64%) e da gasolina (-0,29%). O ônibus intermunicipal subiu 0,39%. O táxi subiu 0,57%. O metrô recuou 0,95%. O ônibus urbano diminuiu 0,51%.

Os gastos das famílias brasileiras com Habitação passaram de uma elevação de 0,37% em março para um aumento de 0,09% em abril, uma contribuição de 0,01% para o 15 (IPCA-15) deste mês. A energia elétrica residencial recuou 0,09% em abril, após o avanço de 0,43% visto em março. A taxa de água e esgoto aumentou 0,12% em abril, devido ao reajuste de 4,17% em Goiânia desde 1º de abril. Os gastos das famílias brasileiras com Saúde e cuidados pessoais passaram de uma elevação de 0,35% em março para um aumento de 0,96% em abril, uma contribuição de 0,13% para o IPCA-15 deste mês. Houve pressão dos aumentos nos itens de higiene pessoal (1,51%), nos produtos farmacêuticos (1,04%, após a autorização do reajuste de até 5,09% nos preços dos medicamentos a partir de 31 de março) e no plano de saúde (0,57%).

Oito dos nove grupos de produtos e serviços que integram o IPCA-15 registraram altas de preços em abril. A única deflação ocorreu em Transportes. Os aumentos foram registrados em Alimentação e bebidas (1,14%, impacto de 0,25%), Educação (0,06%, impacto de 0,00%), Artigos de residência (0,37%, impacto de 0,01%), Saúde e cuidados pessoais (0,96%, impacto de 0,13%), Vestuário (0,76%, impacto de 0,04%), Despesas Pessoais (0,53%, impacto de 0,06%), Habitação (0,09%, impacto de 0,01%) e Comunicação (0,52%, impacto de 0,02%). O resultado geral do IPCA-15 em abril foi decorrente de altas de preços em nove das onze regiões pesquisadas.

O aumento de 32,67% no tomate resultou na maior pressão sobre o IPCA-15 de abril. O subitem respondeu por uma contribuição de 0,08% para a taxa de 0,43%. Também figuraram no ranking de maiores contribuições sobre o IPCA-15 de abril os subitens café moído (alta de 6,73% e impacto de 0,04%), perfume (2,49% e 0,03%), plano de saúde (0,57% e 0,02%), lanche (1,23% e 0,02%), refeição fora de casa (0,50% e 0,02%), leite longa vida e (2,44% e 0,02%) e conserto de automóvel (1,02% e 0,02%). Na direção oposta, a passagem aérea foi o subitem de maior alívio sobre a inflação de abril, com queda de 14,38% e contribuição de -0,11%. As demais principais influências negativas partiram de arroz (queda de 3,07% e impacto de -0,02%) e gasolina (-0,29% e -0,02%).

Segundo a Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (IPC-Fipe), a despeito da aceleração do índice da segunda para a terceira quadrissemana de abril (0,25% para 0,45%), a desaceleração dos alimentos no ponta traz o início de uma boa notícia. Olhando para o agregado, pode parecer que o índice está ganhando força, mas, pelo contrário, ele está caminhando para perder força. Os alimentos industrializados, como panificados, açúcares e massas, começaram a apresentar queda no ponta, o que é esperado nesse período, mas demorou para acontecer neste ano. Já começou a entrar no movimento do meio de ano na Alimentação, o que é um bom sinal.

Além disso, Habitação deve parar de contribuir com a aceleração do índice nas próximas quadrissemanas, devido ao fim da devolução do bônus de Itaipu. Segundo o Bradesco, o IPCA-15 de abril veio em linha com esperado, com surpresas para cima registradas em alimentação e bens industriais. A alta nesses segmentos foi compensada pela queda de 14,38% das passagens aéreas. A surpresa na alimentação concentrou-se nos produtos in natura; já nos bens industriais pode ser atribuída à alta dos perfumes, ambos itens bastante voláteis. A alimentação no domicílio subiu de 1,25% para 1,29%. Os bens industriais passaram de 0,17% para 0,57%. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.