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28/Apr/2025

Dólar em baixa ante o Real pela 6ª sessão seguida

O dólar emplacou a sexta sessão consecutiva de queda ante o Real, após novos dados de inflação no Brasil reforçarem, na sexta-feira (25/04), a perspectiva de elevação maior de juros pelo Banco Central em maio. A queda do dólar ante o Real, apesar de contida, contrastou com o avanço da moeda norte-americana ante boa parte das demais divisas no exterior, em meio aos desdobramentos da guerra comercial entre Estados Unidos e China. O dólar fechou em leve baixa de 0,05%, a R$ 5,69. Na semana passada, a divisa acumulou baixa de 2,01% e, em abril, queda de 0,29%. A moeda norte-americana chegou a oscilar no território positivo ante o Real, em meio a sinais de alívio nas tensões comerciais entre China e Estados Unidos.

Enquanto o país asiático isentou algumas importações norte-americanas, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que está conversando com a China para fechar um acordo tarifário. No entanto, a pressão de baixa para as cotações retornou, dando continuidade ao movimento mais recente e reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15). Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA-15 subiu 0,43% em abril, após alta de 0,64% em março. Em 12 meses, o avanço acumulado do IPCA-15 chegou a 5,49%, ante 5,26% em março e em linha com a expectativa. O IPCA-15 é considerado uma espécie de prévia do IPCA, o indicador oficial de inflação no Brasil.

Embora tenha vindo dentro do esperado, o IPCA-15 segue bem acima do centro da meta oficial de inflação perseguida pelo Banco Central, de 3%. A abertura do indicador também não foi tão favorável. A inflação de alimentação no domicílio em abril, de 1,29%, ficou acima da projeção do banco Bmg, de 1,11%. A inflação de bens industriais, de 0,57%, também ficou acima da expectativa do banco, de 0,54%. O índice de difusão, que reflete o percentual de itens dentro do IPCA-15 que teve alta de preços no mês, passou de 61,0% em março para 67,8% em abril. Com o IPCA-15 indicando uma inflação ainda pressionada, aumentaram as chances de o Banco Central elevar a taxa básica Selic em 50 pontos-base em maio, e não em 25 pontos-base, uma possibilidade que começou a ganhar força nos últimos dias.

Segundo a FB Capital, há alguma expectativa em relação à Selic para maio, depois do IPCA-15. O cenário ainda está difícil para o Banco Central. A perspectiva de um aumento maior da Selic para controlar a inflação, de 50 pontos-base, favorece o carry trade (operação na qual investidores tomam empréstimos no exterior, a uma taxa de juros menor, para investir no Brasil, onde os retornos são maiores). Em teoria, isso significa potencial entrada de mais dólares no País. Neste cenário, após registrar a máxima de R$ 5,70 (+0,27%), o dólar atingiu a mínima de R$ 5,66 (-0,50%). Depois disso, se reaproximou da estabilidade, encerrando em leve baixa. O viés negativo para o dólar no Brasil contrastou com o cenário visto no exterior, onde a moeda norte-americana subia ante a maior parte das demais divisas. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,20%, a 99,620. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.