29/Apr/2025
Uma pesquisa sobre sustentabilidade nos negócios apontou que o número de empresas engajadas cresceu e passou a ser maioria (52%) no Brasil do ano passado para cá. A informação é do Panorama da Sustentabilidade Corporativa 2025, que trouxe um outro dado positivo. O percentual de companhias onde já são implementadas iniciativas sustentáveis passou de 71% para 76%. Esse resultado total só não foi maior porque caiu de 26% para 24% o número de organizações consideradas inovadoras na adoção de práticas sobre os temas social, ambiental e de governança corporativa. A edição de 2025 do Panorama foi lançada nesta segunda-feira (28/04) pela Câmara Americana de Comércio (Amcham Brasil) e pela Humanizadas, empresa de inteligência de dados. Entre os dados da sondagem, um destaque foi o salto no percentual (72%) de entrevistados que responderam que "sustentabilidade faz parte da estratégia de negócio". Em 2024, esse número quase metade disso (34%) e, em 2023, era 26%.
Também houve aumento no total de respondentes (48%) que afirmaram que a organização faz "benchmark e avaliações externas". Em 2024, eram 27%. Em 2023, 20%. Apesar desses avanços, a pesquisa mostrou que 58% dos entrevistados veem a necessidade de comprovar que a sustentabilidade gera retorno financeiro. Além disso, 54% responderam que ainda é preciso engajar líderes e executivos na agenda sustentável. Outro ponto importante para as práticas sustentáveis evoluírem mais rapidamente no setor privado é "integrar sustentabilidade à estratégia, cultura e modelo de negócio", segundo 44% dos entrevistados, e "criar incentivos e atrair investimentos sustentáveis", na opinião de 43% dos respondentes. Uma tendência apontada pela pesquisa é o aumento de investimentos em energia limpa e descarbonização (51%) e o surgimento de métricas e relatórios "mais confiáveis e padronizados" (52%). Mais da metade dos entrevistados (51%) também respondeu que esperam que avanços tecnológicos e inteligência artificial (IA) surjam no futuro a fim de medir e impulsionar a sustentabilidade focada nos negócios.
Os participantes indicaram quais ações entendem que o poder público deveria fazer para acelerar a adoção de práticas sustentáveis pelo setor privado. Em primeiro lugar, aparece a sugestão de ampliar os incentivos fiscais e linhas de crédito para empresas consideradas sustentáveis. Outra iniciativa é melhorar a infraestrutura sustentável e apoiar novas tecnologias limpas, como energia solar e eólica, e negócios ligados à economia circular e manejo de resíduos. Os entrevistados também indicaram como importante "reduzir incentivos a práticas poluentes e precificar emissões de carbono". O Panorama da Sustentabilidade Corporativa 2025 ouviu 401 executivos de empresas que, somadas, contam com mais de 505 mil colaboradores e um faturamento anual de R$ 2,9 trilhões. As entrevistas foram realizadas entre 20 de março e 10 de abril. Segundo o Instituto Humanizadas, 75% das empresas participantes são de porte médio e grande. Empresários e especialistas discutiram o futuro dos investimentos sustentáveis em meio a debates sobre potenciais retrocessos na agenda com a volta de Donald Trump ao poder nos Estados Unidos.
Após a onda de projetos sustentáveis dos últimos anos, a KPMG considerou que as empresas estão num momento de “ajuste”, no qual os resultados desses investimentos são avaliados. As empresas estão questionando se fizeram o investimento correto, isto é, se investiram em projetos que trouxeram retorno para o negócio e para a sociedade. Esse retorno não é de fácil mensuração, uma vez que não se baseia apenas em parâmetros financeiros. Às vezes, o que existe é gestão de risco, que vai garantir a existência do negócio no longo prazo, não é sobre retorno ao acionista. A questão é se isso está ajudando a ser mais perene. Este é o ponto onde as empresas estão. A Tetra Pak salientou que existe uma correlação entre sustentabilidade e performance do negócio, porém traçar uma casualidade com o retorno financeiro é complexo e pode não ser o caminho correto. Se olhar só pelo lado financeiro, vai deixar de lado questões como reputação de marca e capacidade de atrair talentos. Existe algo muito maior do que o financeiro. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.