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30/Apr/2025

Brics: reunião termina sem uma declaração conjunta

A reunião de chanceleres dos países do Brics, no Rio de Janeiro, terminou sem uma declaração conjunta. Em vez disso, foi divulgada uma declaração da Presidência da Reunião de Ministros das Relações Exteriores/Relações Internacionais dos Países Membros do Brics, ocupada atualmente pelo Brasil. Segundo o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, a opção por uma declaração da presidência em vez de um comunicado conjunto está dentro da normalidade e deixa o "caminho aberto" para negociações futuras que serão ainda costuradas para a declaração de chefes de Estado, que será divulgada na ocasião da cúpula dos líderes do Brics, em julho, também no Rio de Janeiro.

Foi decidido fazer uma declaração da presidência, como ocorre regularmente em muitas reuniões, justamente para deixar o caminho aberto para negociarmos com muito cuidado e com muita precisão uma declaração que acontecerá na ocasião do mês de julho, da reunião dos chefes de Estado. Serão cerca de 20 chefes de Estado de todos os países membros e dos países parceiros. A ideia é preparar o caminho e aplainar qualquer eventual divergência que haja em algumas das áreas. Por isso foi feita uma declaração da presidência, deixando então para ser trabalhado daqui até o mês de julho uma declaração final que terá um peso e a importância que esse grupo requer e pede, e que será um uma declaração importante.

Foram as divergências apresentadas pelo Egito e pela Etiópia à reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) impediram a divulgação de um comunicado conjunto após a reunião de ministros das Relações Exteriores do Brics. Houve consenso nos demais temas debatidos. Em vez disso, foi divulgada uma declaração da presidência do grupo. O texto diz que os ministros presentes à reunião, que ocorreu nesta segunda-feira (28/04) e terça-feira (29/04) no Palácio do Itamaraty, na região central do Rio de Janeiro, "apoiaram uma reforma abrangente das Nações Unidas, incluindo seu Conselho de Segurança, com vistas a torná-lo mais democrático, representativo, eficaz e eficiente, e a aumentar a representação de países em desenvolvimento nos quadros de membros do Conselho".

As mudanças teriam como objetivo uma resposta adequada "aos desafios globais prevalecentes" e apoiar "as aspirações legítimas dos países emergentes e em desenvolvimento da África, Ásia e América Latina, incluindo Brasil e Índia, de desempenhar um papel mais relevante nos assuntos internacionais, em particular nas Nações Unidas, incluindo seu Conselho de Segurança". "Reconheceram também as aspirações legítimas dos países africanos, refletidas no Consenso de Ezulwini e na Declaração de Sirte", acrescenta o texto, que trouxe uma observação mencionando ter havido objeções dos representantes do Egito e Etiópia ao comunicado.

Ambos os países se opõem à eleição da África do Sul como país representante do continente africano. O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, negou que tenha havido desacordo ou discordância. "Não houve nenhum desacordo entre os países com relação às questões do Conselho de Segurança. O que acontece é que cada país tem posições e compromissos assumidos", argumentou Vieira quando questionado sobre o impacto das divergências regionais no documento final. Alguns países africanos no grupo declararam suas posições e a tentativa era para compatibilizar todas as necessidades de cada um desses grupos para a declaração dos chefes de Estado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.