30/Apr/2025
Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), os preços ao produtor agropecuário subiram 1,57% no Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de abril, após alta de 1,08% no mês anterior. No período, a inflação ao produtor industrial passou de queda de 1,37% para recuo de 0,39%. Com o desempenho dos setores, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M) avançou 0,13% em abril, após queda de 0,73% em março. Nas aberturas por estágios de processamento, a inflação de bens finais avançou de 0,61% em março para 0,91% em abril. Os bens intermediários passaram de queda de 0,13% para alta de 0,02% no período. A inflação de matérias-primas brutas recuou 0,30%, após queda de 1,94% em março.
As principais pressões para cima sobre os preços ao produtor em abril partiram de milho em grão (11,68% para 6,50%), bovinos (-3,99% para 3,17%), tomate (14,30% para 40,51%), leite in natura (3,03% para 2,19%) e carne bovina (-5,50% para 1,81%). Em contrapartida, puxaram o índice para baixo minério de ferro (-3,64% para -1,83%), arroz em casca (-9,11% para -9,49%), óleo diesel (2,14% para -3,24%), café em grão (-0,84% para -1,84%) e suínos (5,76% para -6,20%). Para a LCA 4intelligence, o avanço mais forte do que o esperado dos preços agropecuários no atacado no IGP-M de abril reforça a sinalização de que o alívio da alimentação no domicílio entre 2024 e 2025 será modesto.
O IGP-M avançou 0,24% em abril, superando o teto das estimativas, de alta de 0,05%. Os preços agropecuários ao produtor avançaram de 1,08% para 1,57% entre março e abril. O agro veio mais forte que o esperado, com pressão de alimentos in natura como batata e tomate. Via peso, o destaque vai para bovinos e aves, bem como o abandono do terreno deflacionário por parte da soja. Os preços industriais no atacado reduziram o ímpeto de queda (-1,37% para -0,39%) nesta leitura. O que surpreendeu foram os alimentos industrializados já em alta, uma vez que registraram deflação em março e o esperado seria uma queda menos intensa.
A Pezco considera que o avanço dos preços ao produtor agropecuário no atacado no IGP-M de abril reflete a alta da inflação do complexo de carnes. Os preços agropecuários estão pressionados desde fevereiro, apresentando altas acima de 1% mesmo nos momentos em que houve sinalização de que poderia desacelerar. De março para abril, os preços agropecuários ao produtor aceleraram de 1,08% para 1,57%, enquanto o IGP-M passou de recuo de 0,34% para alta de 0,24%. Adicionalmente, há ainda a deflação menos intensa dos preços industriais no atacado, que passou de queda de 1,37% em março para recuo de 0,39% em abril.
Embora a queda do minério de ferro tenha sido menos intensa, a variação do mês me surpreendeu especialmente pelo preço do diesel ter caído. Em relação à inflação de alimentos para o consumidor, os preços devem seguir pressionados, com poucos indícios de reversão no curto prazo. A expectativa é de que haja uma descompressão no meio do ano, mas, da forma como as coisas estão evoluindo, o risco de que os preços dos alimentos sigam elevados por mais tempo do que o desejado aumentou. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.