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01/May/2025

Brasil: desemprego recua no trimestre até março

De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados na quarta-feira (30/04) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação no Brasil ficou em 7,0% no trimestre encerrado em março. Em igual período do ano anterior, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 7,9%. No trimestre encerrado em fevereiro, a taxa de desocupação estava em 6,8%. A renda média real do trabalhador foi de R$ 3.410,00 no trimestre encerrado em março. O resultado representa alta de 4,0% em relação ao mesmo período do ano anterior. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 345,048 bilhões no trimestre até março, alta de 6,6% ante igual período do ano anterior. O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve uma alta real de 1,2% no trimestre até março na comparação com o trimestre até dezembro, R$ 39,00 a mais, para um recorde de R$ 3.410,00.

Em relação ao trimestre encerrado em março de 2024, a renda média real de todos os trabalhadores ocupados subiu 4,0%, R$ 131,00 a mais. A massa de salários em circulação na economia aumentou em R$ 21,244 bilhões no período de um ano, para R$ 345,048 bilhões, uma alta de 6,6% no trimestre encerrado em março de 2025 ante o trimestre terminado em março de 2024. Na comparação com o trimestre terminado em dezembro de 2024, a massa de renda real caiu 0,1% no trimestre terminado em março, R$ 188 milhões a menos. A renda média sobe com uma maior formalização no mercado de trabalho, a partir da geração de vagas com carteira assinada, além da influência da saída sazonal de trabalhadores em postos com menores rendimentos, através da redução da ocupação majoritariamente via informalidade. A renda nominal, ou seja, antes que seja descontada a inflação no período, cresceu 2,9% no trimestre terminado em março ante o trimestre encerrado em dezembro.

Na comparação com o trimestre terminado em março de 2024, houve elevação de 9,2% na renda média nominal. A taxa de desocupação de 7,0% registrada no trimestre terminado em março foi o menor resultado para esse período do ano em toda a série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012 pelo IBGE. A taxa de desemprego registrou em março o quarto trimestre móvel de avanços consecutivos. Considerando toda a série histórica, a taxa subiu em março ao maior patamar desde o trimestre terminado em maio de 2024, quando estava em 7,1%. No trimestre terminado em março de 2024, a taxa estava em 7,9%. O País totalizou 102,483 milhões de trabalhadores ocupados no trimestre terminado em março. Houve um fechamento de 1,335 milhão de vagas no mercado de trabalho em apenas um trimestre. Em um ano, o contingente de ocupados aumentou em 2,280 milhões de pessoas. A população desocupada expandiu em 891 mil pessoas em um trimestre, totalizando 7,714 milhões de desempregados no trimestre até março. Em um ano, 909 mil pessoas deixaram o desemprego no País.

A população inativa somou 66,975 milhões de pessoas no trimestre encerrado em março, 805 mil inativos a mais que no trimestre anterior. Em um ano, houve elevação de 82 mil pessoas na inatividade. O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) passou de 58,7% no trimestre encerrado em dezembro para 57,8% no trimestre até março. No trimestre terminado em março de 2024, o nível da ocupação era de 57,0%. O País registrou mais 210 mil trabalhadores ocupados com carteira assinada no setor privado no trimestre terminado em março. Na comparação com o mesmo trimestre de 2024, 1,463 milhão de vagas com carteira foram criadas no setor privado. O total de pessoas com carteira assinada no setor privado foi de 39,447 milhões de trabalhadores no trimestre até março. Já o contingente de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado ficou em 13,458 milhões de pessoas. O resultado significa 751 mil de vagas a menos nessa condição do que no trimestre anterior.

Em relação ao trimestre até março de 2024, foram criadas 70 mil vagas sem carteira no setor privado. O trabalho por conta própria encolheu em 124 mil pessoas em um trimestre, para um total de 25,902 milhões de trabalhadores. O resultado representa 496 mil pessoas a mais trabalhando nesta condição na comparação com o mesmo período do ano anterior. O número de empregadores recuou em 59 mil em um trimestre, para 4,287 milhões de pessoas. Em relação a um ano antes, o total de empregadores teve um aumento de 157 mil pessoas. O País teve uma queda de 238 mil pessoas no trabalho doméstico em um trimestre, para um total de 5,693 milhões de pessoas. O resultado representa recuo de 202 mil trabalhadores ante o mesmo trimestre do ano anterior. O setor público teve 289 mil pessoas a menos no trimestre terminado em março ante o trimestre encerrado em dezembro, para um total de 12,462 milhões de ocupados.

Na comparação com o trimestre até março de 2024, foram abertas 444 mil vagas no setor público. No trimestre terminado em março, faltou trabalho para 18,463 milhões de pessoas no País. A taxa composta de subutilização da força de trabalho subiu de 15,2% no trimestre até dezembro para 15,9% no trimestre até março. No trimestre até março de 2024, a taxa de subutilização da força de trabalho estava em 17,9%. O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar. A população subutilizada subiu 4,0% ante o trimestre até dezembro, 706 mil pessoas a mais. Em relação ao trimestre até março de 2024, houve um recuo de 10,8%, menos 2,243 milhões de pessoas. A taxa de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas ficou em 4,4% no trimestre até março, ante um patamar de 4,8% no trimestre até dezembro.

Em todo o Brasil, há 4,552 milhões de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas. O indicador inclui as pessoas ocupadas com uma jornada inferior a 40 horas semanais que gostariam de trabalhar por um período maior. Na passagem do trimestre até dezembro para o trimestre até março, houve um recuo de 394 mil pessoas na população nessa condição. O País tem 603 mil pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas a menos em um ano. O Brasil registrou 3,228 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em março. O País tinha 200 mil desalentados a mais em relação ao trimestre encerrado em dezembro, um aumento de 6,6%. Em um ano, 367 mil pessoas deixaram a situação de desalento, baixa de 10,2%. A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga.

Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial. Nove das dez atividades econômicas registraram demissões no trimestre encerrado em março. Na passagem do trimestre terminado em dezembro para o trimestre encerrado em março, houve redução na ocupação na agricultura (-136 mil trabalhadores), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (-297 mil), outros serviços (-43 mil), indústria (-43 mil), construção (-397 mil), alojamento e alimentação (-190 mil), serviços domésticos (-241 mil), transporte (-46 mil) e comércio (-91 mil). Houve geração de postos de trabalho apenas em informação, comunicação e atividades financeiras, profissionais e administrativas (153 mil).

Em relação ao patamar de um ano antes, houve contratações no comércio (592 mil), indústria (431 mil), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (713 mil trabalhadores a mais), construção (90 mil pessoas), outros serviços (167 mil), informação, comunicação e atividades financeiras (518 mil), transporte (253 mil) e alojamento e alimentação (69 mil). A agricultura dispensou 334 mil pessoas e serviços domésticos, 208 mil. A taxa de desemprego no País registrou uma elevação sazonal no primeiro trimestre, mas permanece no patamar mais baixo para esse período do ano em toda a série histórica Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo IBGE. Os dados mostram que o mercado de trabalho se mostra resiliente, a despeito de uma conjuntura econômica menos favorável. A taxa de desemprego no País subiu a 7,0% no primeiro trimestre, ante 6,2% no quarto trimestre de 2024. O primeiro trimestre é caracterizado por essa expansão de desocupação.

Embora tenha havido esse crescimento caracterizado por essa oscilação sazonal, um impacto sazonal nesse comportamento, os ganhos que vêm sendo acumulados ao longo dos últimos trimestres fazem que, mesmo com registro de crescimento da taxa de desocupação no primeiro trimestre, ainda assim essa taxa de 7% é a menor para um início de ano desde 2012, quando inicia a série histórica dos dados. Há ganhos acumulados da ocupação nos últimos dois anos, que não estão neutralizados ou invalidados pelo crescimento trimestral da taxa de desocupação. O mercado de trabalho segue numa situação de ganhos relacionados à ocupação, mas também em outros indicadores, que são a questão do rendimento médio e da forma de inserção dos trabalhadores. Muito embora tenha havido a retração da ocupação, essa retração não comprometeu o contingente de trabalhadores empregados com carteira assinada, por exemplo. São informações dentro do número geral que são importantes. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.