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01/May/2025

Itaú BBA: crescimento da carteira de crédito ao Agro

O Itaú BBA aposta em um crescimento robusto da carteira de crédito ao agronegócio até o fim de 2025. A carteira iniciou o ano ao redor de R$ 115 bilhões, e o planejamento é terminar o ano com R$ 135 bilhões. Quer dizer, um crescimento perto de 20%. A estratégia é seguir investindo no setor agropecuário mesmo em um momento em que outros players demonstram mais cautela. Isso dá a oportunidade de continuar crescendo. Apesar das incertezas no crédito rural e da pressão de juros elevados, o banco enxerga um cenário de retomada gradual dos investimentos no agronegócio a partir de 2025. A safra está rentável, com margens positivas por hectare, mas muitos produtores ainda operam com contenção de despesas por causa do estoque de dívidas acumuladas.

A safra de verão (1ª safra 2024/2025), já colhida, e a 2ª safra de 2025 foram agronomicamente muito boas. Apesar do cenário de preços não tão favorável, isso garantiu uma margem por hectare positiva. O desafio vem do passado: muitos produtores ainda estão em posição alavancada por causa do estoque de dívida acumulado, com juros muito altos. Esse rescaldo da safra anterior, somado ao custo do crédito, faz com que muitos grupos ainda operem em modo de contenção de despesas. O atual momento do agronegócio é marcado por um duplo movimento. De um lado, produtores mais endividados buscam alongar suas dívidas com prazos de três a quatro anos, ajustando os pagamentos ao fluxo de caixa.

De outro, grupos mais estruturados começam a retomar investimentos. Quem já vinha mais estruturado está aproveitando o momento, inclusive, para comprar áreas de vizinhos que precisaram vender. O Itaú BBA também observa um sinal de retomada nos investimentos em máquinas, especialmente entre produtores com déficit de renovação de frota. Ao longo dos últimos anos, houve uma queda nos investimentos, tanto na aquisição de máquinas quanto em negociações de terras, que estavam mais lentas. Agora, alguns grupos estão retomando compras de oportunidade de terra e investimentos em máquinas. Entre os segmentos com desempenho mais sólido, o setor sucroenergético se destaca.

A 'foto de entrada' da safra 2025/2026 é bastante saudável. As empresas têm fôlego (caixa e acesso a crédito) para enfrentar anos desafiadores. Quando o assunto é crédito, há necessidade de uma nova postura entre os produtores. Todos os bancos parceiros do agronegócio estão dispostos a construir a ponte da desalavancagem, mas o produtor precisa se ajudar. Precisa conhecer bem sua dívida, seu fluxo de caixa. O planejamento financeiro é o diferencial em um cenário de juros ainda elevados. Nesse contexto, operações de longo prazo e consórcios têm ganhado destaque. O consórcio cresceu bastante. Ele permite que o produtor vá acumulando uma reserva ao longo do tempo até ser contemplado ou fazer um lance, sem ficar sujeito aos juros altos.

Para a Agrishow deste ano, o banco projeta uma participação mais estratégica, voltada a produtores de maior porte, seu principal público. Esses players maiores geralmente têm um fluxo de caixa e um processo orçamentário mais estruturado. A compra não é feita tanto por oportunidade, como acontece com produtores menores. O Itaú BBA oferece condições diferenciadas para alguns fornecedores de equipamentos, direcionadas a clientes com boa saúde financeira. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.