05/May/2025
O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) teve média de 128,3 pontos em abril, avanço de 1,2 ponto (1%) ante março. Aumentos nos preços de cereais, lácteos e carnes superaram as quedas de açúcar e óleos vegetais. O índice mensal ficou 9 pontos (7,6%) acima de abril do ano passado, mas permaneceu 31,9 pontos (19,9%) abaixo do pico atingido em março de 2022. O subíndice de preços dos Cereais registrou média de 111 pontos no mês passado, aumento de 1,3 ponto (1,2%) ante março, mas ainda 0,6 ponto (0,5%) abaixo do nível registrado um ano antes. O trigo teve apoio da restrição da oferta russa, do ritmo constante de exportações globais e do dólar mais fraco. No entanto, desenvolvimentos da política comercial e a incerteza macroeconômica limitaram o ganho. O milho avançou com os níveis de estoque sazonalmente mais apertados nos Estados Unidos e aos movimentos cambiais.
Ajustes nas políticas de tarifas dos Estados Unidos, incluindo a isenção do México, principal importador de milho norte-americano, e uma pausa de 90 dias nas tarifas acima de 10% para outros parceiros comerciais, contribuíram ainda mais para o avanço. Enquanto isso, o Índice de Preços do Arroz aumentou 0,8% em abril. O subíndice de preços dos Óleos Vegetais registrou média de 158 pontos em abril, recuo de 3,7 pontos (2,3%) ante março, mas 20,7% acima do nível de 2024. O declínio foi atribuído ao recuo dos preços do óleo de palma, que compensaram avanços dos óleos de soja e de canola. Após dois meses de altas, o óleo de palma recuou com uma recuperação na oferta global com produções sazonalmente no Sudeste Asiático. Em contraste, os preços do óleo de soja e de canola continuaram a subir, refletindo amplamente, respectivamente, a demanda global persistentemente e o aperto na oferta.
Os preços do óleo de girassol, por sua vez, flutuaram dentro de uma faixa estreita durante abril. O subíndice de preços da Carne da FAO teve média de teve média de 121,6 pontos em abril, alta de 3,7 pontos (3,2%) em relação ao valor de março e 5,0 pontos (4,3%) ante o nível do ano anterior. Os preços da carne suína registraram o aumento mais significativo, com maior demanda da União Europeia, após restabelecimento do status livre de febre aftosa da Alemanha e suspensão de restrições, ainda mais impulsionada pelo aumento da demanda sazonal associada aos feriados da Páscoa. A carne bovina se firmou, principalmente na Austrália e no Brasil, em meio à demanda estável e disponibilidades globais limitadas. A carne ovina também subiu, com o forte interesse de compra dos principais mercados.
Enquanto isso, os preços da carne de aves subiram moderadamente, especialmente no Brasil, onde a forte demanda e as desacelerações no processamento relacionadas às festividades restringiram a oferta e adicionaram impulso. O subíndice de preços de Lácteos teve média de 152,1 pontos em abril, 3,5 pontos (2,4%) maior que março e 28,4 pontos (22,9%) acima de seu valor do ano passado. Os preços da manteiga subiram pelo terceiro mês consecutivo, atingindo uma nova máxima histórica, com aumento de 2,9% em relação a março. A alta foi atribuída aos preços europeus mais altos, apoiados pela redução de estoques e pela forte demanda por gordura do leite. Os preços do leite em pó, com a demanda interna estável e uma mudança no interesse de exportação da Europa, onde o euro mais forte reduziu a competitividade, para a Oceania, onde a produção de leite sazonalmente em declínio restringiu a disponibilidade à vista.
Enquanto isso, os preços do queijo aumentaram 2,3% em relação a março, impulsionados pela forte demanda em meio à restrição da oferta na Oceania. O subíndice de preços do Açúcar teve média de 112,8 pontos em abril, segundo queda mensal seguida, com recuo de 4,1 pontos (3,5%) ante março e 13,8 pontos (10,9%) abaixo do valor de um ano atrás. A queda nos preços globais ocorreu por preocupações com a incerteza das perspectivas econômicas globais e seu potencial impacto na demanda dos setores de bebidas e processamento de alimentos, que respondem pela maior parte do consumo global de açúcar. Além disso, a produção de açúcar no Brasil acima do esperado na segunda quinzena de março adicionou ainda mais pressão, junto a uma desvalorização do real ante dólar e os menores preços do petróleo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.