06/May/2025
Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, demonstrou "abertura importante" ao diálogo sobre as tarifas comerciais. O ministro se reuniu com o secretário no domingo (04/05), nos Estados Unidos. "Obviamente que não foi uma reunião para se tomar decisões, foi reunião para abrir diálogos para se tomar decisões", afirmou o ministro. O encontro durou cerca de 40 minutos e inicialmente não estava previsto na agenda oficial da viagem de Haddad à Califórnia, onde tem eventos marcados em Los Angeles e São Francisco. "Foi uma conversa inicial muito produtiva. A postura do secretário foi bastante frutífera e ele demonstrou abertura para um diálogo bastante importante", completou Haddad.
Na questão tarifária, Haddad ressaltou ter enfatizado que a América do Sul é deficitária no comércio em relação aos Estados Unidos. Assim, não faz sentido taxar os países da região da mesma magnitude que outros países, que têm superávit comercial com a economia norte-americana. Os termos de entendimento passam pelo Mercosul, Brasil e América do Sul. Além de tarifas, Haddad afirmou que a conversa foi de "alto nível" e tratou de outros assuntos, como a questão das vantagens comparativas que o Brasil tem para a atração de investimentos na área de energia verde e de minerais críticos. Outro tema foi a nova política do governo Lula de buscar investimentos em data centers.
Fernando Haddad afirmou que o Brasil tem interesse em aproximar-se mais dos Estados Unidos, assim como já o fez durante a administração de Joe Biden. Para o ministro, o País está numa posição estrategicamente muito favorável, independente dos desafios globais, porque defende princípios aderentes a necessidade de uma reglobalização sustentável. O Brasil defende o multilateralismo, tem todas as parcerias consolidadas com o Sudeste Asiático, com a Europa, com Estados Unidos, Mercosul, tem ótimas relações com os grandes blocos econômicos e acaba de fechar um acordo com a União Europeia.
Em relação aos Estados Unidos, o ministro citou que existe complementaridades importantes entre as economias. É um território geopolítico muito favorável ao investimento, representa segurança jurídica, política, energética, sustentável, porque é um continente capaz de produzir energia limpa. Além disso, o País tem uma diplomacia "muito tradicional e multilateral". O chefe da equipe econômica ainda citou que o País está avançando em criar um ambiente de negócio favorável ao investimento e que tem tudo para crescer de forma sustentável a uma taxa média de 3% ao ano. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.