06/May/2025
O dólar fechou esta segunda-feira (05/05) em alta ante o Real, mas ainda abaixo dos R$ 5,70, em uma sessão no geral negativa para os ativos brasileiros e marcada pela expectativa antes das decisões sobre juros no Brasil e nos Estados Unidos, nesta quarta-feira (07/05). O dólar fechou em alta de 0,61%, a R$ 5,69. No ano, a divisa acumula baixa de 7,91%. Os investidores ponderavam tanto as novas notícias sobre a guerra tarifária desencadeada pelo presidente norte-americano, Donald Trump, quanto novos dados econômicos dos Estados Unidos. Donald Trump anunciou no domingo (04/05) uma tarifa de 100% sobre os filmes produzidos fora do país, dizendo que a indústria cinematográfica norte-americana está tendo uma "morte muito rápida" devido a incentivos que outros países estão oferecendo para atrair cineastas. Além disso, afirmou que deseja um acordo justo com a China, seu principal alvo na guerra tarifária, mas não se aprofundou no assunto.
O Instituto de Gestão de Fornecimento informou que seu Índice de Gerentes de Compras (PMI) do setor de serviços dos Estados Unidos aumentou de 50,8 em março para 51,6 em abril. Uma leitura do PMI acima de 50 indica crescimento no setor de serviços, que responde por mais de dois terços da economia norte-americana. O instituto associa uma leitura acima de 49 ao longo do tempo com o crescimento da economia como um todo. Segundo a FB Capital, o ISM veio mais forte que o esperado, e as taxas dos Treasuries passaram a abrir logo depois da divulgação do índice. O DXY (índice do dólar) estava caindo e reduziu a queda. Isso teve um impacto sobre o câmbio no Brasil. Após marcar a cotação mínima de R$ 5,62 (-0,48%), antes da divulgação dos dados nos Estados Unidos, o dólar atingiu a máxima de R$ 5,69 (+0,62%). O avanço do dólar ante o Real também encontrava suporte na baixa forte do petróleo no exterior (produto importante da pauta exportadora brasileira) e no recuo do Ibovespa, superior a 1%.
Além disso, o mercado operava em meio à expectativa pela “superquarta”, quando o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e o Banco Central do Brasil anunciarão suas decisões sobre juros. Enquanto os títulos norte-americanos precificavam 97,6% de chances de o Fed manter os juros na faixa entre 4,25% e 4,50%, no Brasil o mercado de DIs (Depósitos Interfinanceiros) precificava 73% de chances de alta de 50 pontos-base da Selic, hoje em 14,25% ao ano. No exterior, o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,09%, a 99,781. O boletim Focus do Banco Central indicou que a mediana das projeções do mercado para o dólar no fim de 2025 passou de R$ 5,90 para R$ 5,86. O Banco Central vendeu toda a oferta de 20.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de junho de 2025. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.