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08/May/2025

EUA: cenário de incertezas econômicas sob Trump

O economista, professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 2024, Daron Acemoglu, ressaltou que, diferentemente de momentos anteriores de crise econômica, os ativos norte-americanos deixaram de ser vistos como uma opção segura, devido às incertezas quanto à política tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Isso pode trazer consequências fundamentais não apenas para a segurança financeira, mas para a forma como a economia dos Estados Unidos opera. Ninguém sabe os efeitos disso. Há dúvidas relativas à sobrevivência da democracia norte-americana, ao futuro da ordem comercial global, aos ativos norte-americanos, ao dólar e às relações entre Estados Unidos e China. Estes são dias muito importantes para todos os países do mundo e é impossível ter qualquer certeza do que acontecerá.

Segundo o Instituto de Finanças Internacionais (IIF), os Estados Unidos podem enfrentar uma crise fiscal capaz de redefinir a trajetória da maior economia do mundo. A extensão dos cortes de impostos sem compensação adequada pode levar a dívida pública norte-americana a níveis altos, de 100% do PIB atualmente para 130% em 2034 e 180% em 2044. A simples prorrogação da política tributária exigiria US$ 24 trilhões em empréstimos adicionais nas próximas duas décadas, o que pressionaria os juros e elevaria o risco de instabilidade financeira global. Essas medidas poderiam elevar a dívida em US$ 5,8 trilhões até 2034. Só nos próximos dez anos, o rombo seria de US$ 7,2 trilhões, incluindo o impacto da proposta de isenção fiscal para gorjetas e horas extras, que sozinha custaria US$ 1,4 trilhão à receita federal. As tarifas comerciais, mesmo com taxa universal de 10%, cobririam apenas 20% (US$ 1,7 trilhão até 2034) do rombo projetado. O Departamento de Eficiência Governamental (Doge), que prometia economias de US$ 2 trilhões anuais, mal alcança US$ 160 bilhões, menos de 10% da meta.

Vários países da América Latina estão excessivamente expostos a dívidas em moeda estrangeira, principalmente em dólar. O endividamento público na região caiu de 70,7% do PIB no primeiro trimestre de 2024 para 66% no mesmo período de 2025. A Argentina emerge como o caso mais preocupante da região, com 41,8% de sua dívida pública em moeda estrangeira no primeiro trimestre deste ano, o maior percentual entre os países latino-americanos. A alta exposição coloca o país em situação frágil diante de qualquer oscilação na cotação do dólar ou mudança no cenário de juros internacionais. O endividamento público chegou a 77,6% do PIB no período, ante 126,3% do mesmo intervalo de 2024. O Brasil manteve 4% da dívida pública atrelada a moedas estrangeiras no primeiro trimestre de 2025. O endividamento governamental alcançou 82,9% do PIB; em 2024, era 84,5%. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.