09/May/2025

O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), anunciou a estruturação de uma plataforma para compilar ações socioambientais de empresas, sociedade civil e entes subnacionais, especificamente as iniciativas com caráter de mitigação dos efeitos climáticos. A novidade está em sua segunda carta, que foi divulgada na quarta-feira (07/05), desde que assumiu a presidência. O tema dos combustíveis fósseis não está expressamente citado no documento, mas deve ser tratado em detalhes na agenda de ações, que é a próxima carta. Sobre a plataforma, a ideia é centralizar ações de cidades costeiras que organizam brigadas de restauração de manguezais ou de empresas de tecnologia formando coligações para descarbonizar no uso de data centers, que tem alto consumo de energia. Esses foram alguns exemplos citados.

A premissa de lançar luz sobre iniciativas auto-organizadas busca "inspirar" outros atores e mostrar o que a sociedade já está fazendo. Ou seja, não haverá mensuração de resultados com essa plataforma, como é verificado nas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), por país. O mecanismo para registro de ações será detalhado no Panamá, que vai sediar a Semana do Clima da América Latina e Caribe de 19 a 23 de maio de 2025. “Por que só os governos é quem têm que mostrar ação? A maior parte das respostas para conseguir fazer o que os governos se comprometem depende de empresas privadas, depende de governo subnacional, depende de universidades e outros", avaliou André Corrêa. A COP30, que será sediada em Belém (Pará), em novembro de 2025, também terá com um dos focos o papel das florestas no processo de mudança climática, especialmente como instrumento que permite a captura de CO2 já emitido.

A floresta vai ser protagonista, mas a floresta não pode ocupar o espaço do verdadeiro problema, o verdadeiro problema são as energias fósseis. Os fósseis são o grande tema da negociação de mudanças do clima. O presidente da COP30 entende que a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) e o Acordo de Paris "não têm força e mandato" para avançar a agenda de implementação dos acordos climáticos. O que está sendo proposto é pensar de que maneira é possível fortalecer institucionalmente a implementação. Na prática, uma proposta de eventual mudança para reforçar a institucionalidade da UNFCCC poderia ser levada à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.