09/May/2025
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Preços ao Produtor (IPP), que inclui preços da indústria extrativa e de transformação, registrou recuo de 0,62% em março. A taxa já tinha reduzido 0,12% em fevereiro. O IPP mede a evolução dos preços de produtos na "porta da fábrica", sem impostos e fretes, da indústria extrativa e de 23 setores da indústria de transformação. Com o resultado, o IPP de indústrias de transformação e extrativa acumulou uma queda de 0,59% no ano e avanço de 8,37% em 12 meses. Considerando apenas a indústria extrativa, houve queda de 3,61% em março, após a redução de 3,39% em fevereiro. A indústria de transformação registrou uma redução de 0,47% em março, ante um aumento de 0,04% em fevereiro. A queda de 0,62% no IPP de março foi o segundo mês consecutivo de deflação no indicador.
Antes dessas duas últimas reduções, o IPP vinha de uma sequência de 12 meses de aumentos, com altas consecutivas desde fevereiro de 2024: fevereiro (0,14%), março (0,35%), abril (0,67%), maio (0,36%), junho (1,26%), julho (1,53%), agosto (0,66%), setembro (0,62%), outubro (0,97%), novembro (1,25%), dezembro (1,35%), janeiro (0,15%), fevereiro (-0,12%) e março (-0,62%). A queda nos preços dos produtos industriais na porta de fábrica em março foi decorrente de reduções em 10 das 24 atividades pesquisadas. Em março, a queda nos preços dos alimentos deu a maior contribuição para a deflação do mês, com redução de 1,35% e contribuição de -0,34%. O setor de alimentos mostrou recuo de preços pelo terceiro mês seguido, acumulando uma queda de 2,98% no primeiro trimestre. Houve impacto também no IPP de março dos recuos nas indústrias extrativas (-3,61% e impacto de -0,16%), metalurgia (-1,96% e -0,13%) e refino de petróleo e biocombustíveis (-0,58% e -0,06%).
Há uma série de fatores. As variações negativas nos preços de alimentos, em particular das carnes bovinas congeladas, produto de maior peso no setor, é um fator que explica em grande parte o movimento. Vale dizer que, na comparação mês contra mês anterior, o setor de alimentos é a principal influência (sempre negativa) em todos os meses do primeiro trimestre. Metalurgia é outro que acumulou variações positivas ao longo de 2024 e, no início de 2025 passou a apresentar variações negativas. Os setores de alimentos, metalurgia e outros segmentos exportadores também registraram influência da apreciação do Real em relação ao dólar, que se tornou um fator redutor de preços. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.